domingo, 12 de fevereiro de 2012

Cidade do México, 10 de fevereiro, 2012

Foi com muito pesar que me despedi de Havana ontem... Lugar incrível! Como o meu vôo era às 14:00, aproveitei para dar uma última volta pela cidade e para curtir umas atrações "menores". Sim, menores entre aspas porque ninguém dá muita bola para elas e estão entre os top 10 de Havana, na minha opinião.

Comecei pela Casa de Poesia, que nem no guia está. É uma pequena biblioteca especializada nesse gênero. Linda, tudo antigo. Pedi à bibliotecária que me dissesse quem era o poeta mais famoso de Cuba e que me mostrasse um livro dele. Ela me sugeriu Nicolás Guillén. Deixei-me perder um pouco nas páginas amarelas da antologia dele. Para minha surpresa, havia no livro alguns poemas sobre o Brasil. Um deles vai de presente, abaixo.
Outra delícia que conheci na Casa de Poesia e com quem fiquei flertando foi Eusébio Leal Spengler. O livro se chama Para no Olvidar (para não duvidar) e conta a história da restauração do centro histórico de Havana, com fotos lindíssimas. Eu quis, de verdade, que meu relacionamento com ele fosse duradouro, que não fosse apenas uma "ficada" de biblioteca. Como eu tinha tempo, procurei por ele nas livrarias e museus mas, o "libro premero", que me interessou, estava esgotado. Como o livro é da editora estatal, todos me disseram que dificilmente conseguirei comprá-lo fora de Cuba. De qualquer forma, sou passional mesmo e não costumo desistir fácil! ;-) Quem conhece, sabe. Nessa minha peregrinação pelo mundo literário, acabei tropeçando na feira de livros da Plaza deArmas. Ótimo lugar para gastar pesos conversibiles. Não comprei nada - fui fiel ao Spengler e ainda espero encontrá-lo.

Outros achados foram a Fototeca, que fica na Plaza Vejia. Entrada franca, tem exposição fotográfica de autores mais contemporâneos e algumas instalações. Como não sei nomear os estilos, descreverei. Por exemplo, em uma das exposições o artista diz trazer para as imagens, coisas no seu universo pessoal, que descobriu no ambiente psicanalítico. Há fotos como ele nu em meio a porcos. Do segundo andar da Fototeca tem-se, ainda, uma visão privilegiada da praça.

Ao lado da Fototeca, encontra-se a Câmara Obscura. É um observatório no alto de um prédio de 8 andares. Foi de lá que fiz a foto do post anterior (o skyline de Havana). A câmara, propriamente dita, é uma sala escura que se baseia em uma engenhoca de da Vinci. Algo como um periscópio que projeta as imagens em uma concavidade branca. Nela, temos a visão em tempo real de vários pontos da cidade, como se a estivéssemos sobrevoando.

Juntei minhas coisas e voltei pro México. Claro que não resisti e fui tomar refrigerante Cubano (péssimo) no aeroporto e fui ao free shop! Sim! Sim! Há free shop lá! Ele tem, basicamente, chocolate, rum, charutos e alguns produtos de perfumaria (tipo sabonete que a gente compra em supermercado no Brasil e shampoo Seda). Rogélio, até lembrei de você, mesmo, quando vi os charutos. E, Vivi, não gosto de Mojito! :-P

É muito confortável e me traz uma sensação de segurança já conhecer algum lugar, nem que seja um pouquinho. Assim, a minha segunda chegada à Cidade do México foi livre das sensações negativas da primeira. Quando cheguei, já estava anoitecendo. Deixei minhas coisas no Hostel (desta vez tinha cama embaixo da beliche e somos só duas meninas, apesar do quarto para quatro) e dei uma volta na Praça e no Centro de Artesanias (artesanato) - legal, mas pequeno. Acabei comendo no Hostel mesmo e pondo os telefonemas, emails, posts em dia.

Dormi bem. Eram sete e pouco da manhã quando escrevi isto. Estava fazendo hora no quarto (o café começa às 08:00). O cheiro de bife estava demais! Argh!!! Ainda mais que desta vez eu estava num quarto dois andares mais baixo que o anterior...


Dicas de hoje:
- Casa de Poesia: fica quase na esquina da Plaza Vieja, atrás do Convento Santa Brígida.
- Para ler:
. Para no olvidar, Eusebio Leal Spengler, Libro Primero. Preço em Cuba (se não estivesse esgotado). 50,00CUC
. Autor de poesia famoso em Cuba: Nicolás Guillén. O poema q copiei é do livro La Paloma de Vuelo Popular, 1958

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