domingo, 12 de fevereiro de 2012

Aeroporto Benito Juarez, Cidade do México, 11 de Fevereiro de 2012

Mais um vôo. Mais país. USA: Los Angeles, aí vamos nós! Com uma certa preguiça, é verdade, mas vamos. É que a filosofia da cidade não me agrada muito... Nem fiz meu dever de casa direito: não li sobre a cidade, não pesquisei sobre as atrações. O Hostel está reservado e fica pertinho da calçada da fama. Reservei um city tour para amanhã de dia (parto à noite para Bangkok) e nada mais.

Ponto para a mochila: continua viajando na bagagem de mão. Desta vez, apenas 7.9kg, sem o saco de dormir (que acrescentaria mais 980g). Estou começando a achar que, realmente, estou conseguindo uma façanha em carregar apenas isso. Em todos os lugares, as meninas ficam admiradas com o tamanho da mochila. Quero ver se vai continuar dando certo no frio. Até agora, o pior que peguei foi um pouquinho abaixo de 10oC, mais chuva, aqui. Aliás, um item que eu já estava considerando inútil facilitou bem a minha vida: a capa de chuva.

O dia ontem na Cidade do México não poderia ser melhor. Logo cedo, chegou minha nova colega de quarto: uma chinesa de Beijing - Ângela*. Beijing é um dos próximos destinos! Acabamos nos juntando a um free walking tour (tour gratuito a pé) pela vizinhança e foi ótimo, apesar da chuva e frio. Fomos à Catedral e ao Palácio do Governo, onde há fantásticas pinturas de Diego Rivera. Impressionante tudo: o tamanho, a riqueza de detalhes, a importância histórica! Eu e Ângela acabamos almoçando juntas numa casa de tacos que a nossa guia nos recomendou. Achamos mais ou menos, mas o meu almoço teve um plus: insetos crocantes que a minha nova amiga trouxe de uma cidade do interior - Oaxaca. Eu experimentei, mas só tem gosto de tempero, nada mais. Não é tão nojento.

À tarde, fizemos outro walking tour. O planejado era irmos para o parque Chalpultec e para o famoso Museu de Arqueologia que fica lá. Minha amiga ponderou que teríamos muito pouco tempo para o museu e que preferia uma visita a um mercado que vende coisas para feitiços, o Mercado Sonora. Não poderia ter sido melhor! O guia (Gibran) acabou nos levando a todos os mercados importantes da região: dezenas de quarteirões que vendem roupas baratas, como há em Belo Horizonte e em São Paulo, mas nas proporções desta cidade. Vimos, na seguência, intermináveis lojinhas de doces. Havia, pelo menos, uns 5 quarteirões enormes. Em cada quarteirão, as lojinhas e bancas da frente davam passagem para intermináveis labirintos de cheiros e cores. Experimentamos doces. Não sei como descrever o resto... talvez tudo se resuma a México de verdade. Sem turistas além de nós. Passamos, também, pela zona boêmia da cidade e nosso guia explicou-nos como funciona esse comércio. Uma fileira enorme de homens ficam de pé, à frente de pequenas espeluncas. Escolhem a mulher que querem e a coisa acontece meio no olhar. Ele a segue e não trocam uma palavra o qualquer outro tipo de contato até entrarem no quarto. O preço do programa é, aproximadamente, 200,00 pesos mexicanos. É o equivalente a R$26,00. Acabamos jantando com Gibran num restaurante local. Comida estranha, mas uma delícia: a bebida era doce, feita de água, açúcar, côco e leite e, apesar de não parecer, combinou perfeitamente com a sopa de milho, frango, alface (eu acho), rabanete e muita muita muita muita muita muita muita muita pimenta.

Essa Cidade do México que se apresentou, com transeuntes imersos em seu trabalho, com sorrisos gentis e olhas curiosos para a minha aparência um pouco distoante dos demais, esse mundo no qual adentrei as entranhas e fui por elas envolvida calorosamente, senti o cheiro e o gosto no último dia, foi exatamente a mesma que me pareceu um animal hostil pronto para me agredir. Atravessando a rua, reconheci o mesmo trecho que eu havia filmado chegando do aeroporto e que postei no YouTube, mas tudo tinha, agora, outra aparência.

Noite tranqüila, eu estava pronta para partir. E, ao final, todos os defeitos do Hostel: ruído, cheiro, aparência, não fizeram a menor diferença.

Beijos,

Kk

Dica do dia:
Estive apenas em 2 hostels, mas parece ser comum a todos eles oferecerem um ou mais free walking tours. Parece ser uma boa pedida: não custa nada, você fica conhecendo o lugar, o guia, colegas do Hostel e ainda pode combinar com eles algum outro programa. Bom, especialmente, para o primeiro dia na cidade.

Sobre a foto da pintura, a mais de perto: não conheço quase nada sobre pinturas, mas eu sabia um pouco sobre Diego Rivera e gostava por causa de Frida Kahlo, pintora que gosto e que foi esposa dele, mas passei a gostar mais ainda dele e a ter grande interesse depois da informação da guia sobre esta pintura. O moço meio cinza, ao centro, é Hernán Cortés. Como Rivera não gostava dele, pintou-o assim, com seqüelas de sífilis!
Acho que preciso mais mil anos após esta volta ao mundo para ler e aprender e me jogar em todos os novos interesses que estão brotando em mim!

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