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terça-feira, 20 de março de 2012

Kk: Goreme, Turkia, 21 de março de 2012 ou Quando uma imagem vale mais que mil palavras...


Queridos, fiquei muito feliz em vê-los por aqui durante esta viagem! Cada comentário, cada visualização... Foram muitas, as deliciosas e constantes presenças, como Nathayl, Ana Paula, Fábio, Carol e da Cla (com as melhores dicas do mundo! :-)

Peço desculpas pela irregularidade das últimas postagens e, a partir de hoje, vou substituir os escritos pelas imagens. Há quem acredite que uma imagem valha mais que mil palavras... Eu sou do time dos amantes das palavras. Mas é que a companhia física de um amigo, de um amor, valem ainda mais que todas as palavras escritas do mundo. Ainda mais se são pessoas queridas que topam a empreitada de encarar uma grande viagem com você, para locais e culturas completamente diferentes.

Assim... minha viagem de viajar nos lugares e na minha relação com eles e comigo mesma e o registro por extenso) aqui, chegou ao fim (mas não se preocupem porque as meninas, principalmente os dedinhos nervosos da Hell escrevendo tudo no iPhone, continuarão postando.

Vou postar as imagens e viajar nas pessoas que estão ao meu lado e na minha relação com elas. Uma vez, lendo sobre o amor (livro Eros e Pathos - Aldo Carotenuto - acho que, sociólogo italiano) deparei-me com a afirmação de que nos conhecemos de verdade quando estamos em íntima relação com o outro, quando passa a fase inicial de encantamento e nos deparamos com a o real desse outro... Viagens, enfim!

Continuemos?

Beijos púdicos da Turkia!
Kk

Ps: entre o último post meu e este, passei pelo Nepal (Kathmandu, na cordilheira do Himalaia, incluindo ver nascer do sol de longe, passando pela pontinha do Everest, escala na Thailândia (Bangkok), Istambul (Turkia) e ainda estou neste país, na cidade de Goreme, num hotel dentro da pedra! :)

quarta-feira, 14 de março de 2012

Kk: Chengdu (China), 15 de março de 2012


Anotações da China completamente atrasadas! O tempo de escrever, de repente, desapareceu!

Resolvi pular tudo e, bola para frente. Depois eu volto e faço uma síntese. E, de qualquer forma, tem as postagens das meninas.

Aqui, quase duas da manhã e chegamos há pouco de Guilin. Amei aquela cidade que, de interior, não tem nada. Lá vivem, aproximadamente, 05 milhões de habitantes, contanto a população do ABC Guiliense! :-) A vida lá parece girar muito em torno da agricultura (principalmente arroz) e turismo. A região é lacustre e tem um dos grandes rios da China, o Rio Li - fizemos um passeio de barco, tipo o do São Francisco- lindo, lindo! A viagem de duas horas termina numa pequena cidade, Yangsu. O local é, basicamente, uma ruinha de comércio com alguns restaurantes, lojinhas e barraquinhas com aqueles "artesanatos" que você vê exatamente iguais em todas elas e em todas as cidades do país. No meio de tanta coisa igual, numa parte já menos turística, tropeçamos quase por acaso em um lugar que vendia roupas... tudo pintado à mão pela mocinha que nos atendeu e por seus irmãos. Não resisti. Aliás, Guilin e Yangsu foram um desafio para a mochila porque acabei comprando várias coisinhas e comprar era um verbo que eu não estava conjugando muito até então. Comprei umas telas, também. Mesmo assim, missão cumprida! Até hoje, só bagagem de mão!

Há, ainda, muitas montanhas, mas diferentes das nossas. Elas são de pedras, quase cilíndricas e não muito grandes. Visitamos, também, a Reed Flute Cave, uma gruta tipo a de Maquiné/MG. Engraçado porque eles puseram tanto néon colorido dentro que eu tinha certeza que estava entrando num cenário bem falso de cinema ou num parque temático qualquer. Ignorando as luzes, as formações rochosas são bem bonitas e o tamanho das galerias, impressionante!

Aproveitei e comi melhor. A alimentação lá é riquíssima em pescados e eu vinha comendo mal, com poucas proteínas, agora que dei mais um passinho para fora do onivorismo. Já não como carne vermelha há 02 anos e acabei de parar aves. Tudo leva muita pimenta!

Depois da câmera nova, acabei me descuidando das fotos para o blog, que são tiradas do Iphone para facilitar a postagem. Vou voltar a cuidar melhor disso.

A cidade em que estamos agora será apenas uma escala, antes do Nepal. Viajaremos agora de manhã cedo. Engraçado porque fizemos reserva numa guest house (tipo albergue/ quarto de hóspedes). Quando fizemos check-in, tinha mesmo cara de albergue. Aí, saímos seguindo nosso recepcionista e entramos no hotel enorme ao lado da portinha onde fomos recepcionados. O nosso recepcionista fez nosso check-in de novo, desta vez aqui no hotel e fomos encaminhadas para um quarto num prédio parecido com o anexo. Estranho... já até pagamos e a tarifa não tem nada a ver com atarefa do balcão do hotel. Tem todo o conforto aqui: telefone no quarto, tv, banheiro com banheira... Surpresa boa, para melhor! O nome da guest house é Sam's Guest House. O do hotel ainda não descobri.

Beijos que já passei muito da hora de dormir!

Até o Nepal!

Kk

Fotos:
. Passeio de barco no Rio Li
. Eu, Hell e um gato que arrumamos depois de uns China Shots no Hostel de Guilin
. Olha quem encontramos fazendo uma propagandinha básica no aeroporto de Guilin (mas a minha passagem não tinha! Snif)

Kk: UlaanBaatar (Mongólia), 03 e 04 de março de 2012


Parabéns pra Lêle, nesta data querida! Aehhhhh! Aniversário da querida Lelê no Brasil e é óbvio que fiz questão de ligar de madrugada e acordá-la só porque cheguei no dia 03 primeiro por estar do lado de cá.

Viagem Pequim/ UlaanBaatar tranquilinha. Fomos para o aeroporto de Pequim de metrô e trem, muito eficientes e fáceis. Deixei os livros da Índia no guarda-volumes do aeroporto porque ainda não consegui postar. O vôo era de umas duas horas só e fiquei com a janelinha fechada para facilitar a leitura no iPad. Quando esolvi dar uma espiadinha lá fora, a olhada já valeu a viagem ao lugar para depois de onde Judas perdeu as botas. A princípio, achei que estava sobrevoando as nuvens, mas ao passarem umas coisas pretinhas lá embaixo, desconfiei estar equivocada. Estava sobre o deserto de Gobi, completamente congelado- uma das paisagens mais lindas que já vi em toda a minha vida. Eram intermináveis montanhas, completamente brancas, muito ocasionalmente entrecortadas por uma estradinha preta.

Chegamos já completamente vestidas para o frio, que estava "bem brando": - 11oC. Fomos pegas no aeroporto pela gentil proprietária do Hostel LG Guest House. A paisagem natural linda, mas a cidade não pareceu muito bonita: ruas sujas, construções velhas e bem quadradas, sugerindo a antiga URSS, à qual a Mongólia pertenceu após domínio chinês. As montanhas... indescritíveis. Passamos por bovinos, todos de grande porte e com abundante pêlo. Nossa motorista nos informou que aproximadamente metade da população vive na capital (mais ou menos um milhão de habitantes). A principal atividade econômica são duas usinas de energia elétrica e, a base da alimentação, carne bovina e de carneiro. UlaanBaatar fica a uns 1.600m acima do mar e o ar é visivelmente poluído e seco.

A vizinhança do Hostel pareceu estranha, rua sem calçamento, muito lixo no chão e uma "casa de shows" logo ao lado. O cheiro também era bem estranho... parecido com o de gordura de carne cozinhando. As acomodações eram bem simples, mas grandes, limpas, confortáveis e quentinhas. Ficamos numa suíte com 02 beliches.

Logo de imediato, saímos para tentar comprar as passagens do trem. A viagem de 30 horas até Pequim seria no dia seguinte por dois motivos: só tem trem uma vez por semana e temíamos não tolerar o frio da cidade. A primeira voltinha na rua não foi das mais fáceis por causa do vento. Helen achou que ia perder a ponta do nariz, Cássia, as costas e eu, os dedos. Andamos no sentido errado e, ao acharmos o posto de venda dos tickets, já estava fechado. Vimos alguns bêbados. Apesar de quase ninguém falar inglês, a cordialidade é infinitamente maior que em Pequim e, de alguma forma, a comunicação se estabeleceu de maneira mais fácil. Pedimos informação na rua e fizemos uma pequena compra no supermercado sem o menor problema. A moeda local é o Tugriks e $785,70 dela eqüivalem a um real. Nossa compra ficou em $17,00 reais com: 03 águas de 1,5L, 03 barras grandes de chocolate com amendoim, uma caixa de suco de cramberry, 01 lata grande de cerveja e 03 cup noodles (ninguém estava animado a sair de noite para comer. Se antes de anoitecer já estava aquele frio...).

No final das contas, foi ótimo não irmos de trem porque ganhamos dois dias para visitar a cidade. Apesar do frio do primeiro dia, as roupas estavam bem adequadas. No dia seguinte (04/03), tomamos coragem e encaramos o clima. Tudo bem que deixamos para fazer isso a partir de meio dia, quando a temperatura estava mais amena. O café da manhã foi um dos melhores até hoje: café, pães, geléia, Nutela, margarina e ovo quentinho. Visitamos as principais atracões turísticas da cidade: um grande templo budista e uma praça. O frio nas mãos (eu estava com luva de couro por baixo e uma luva bem grossa da Columbia por cima) foi limitante. Impossível manejar a câmera fotográfica e, de tempos em tempos, entrávamos em alguma loja porque a temperatura fora era simplesmente impraticável para os dedos. Os meus trajes eram: um par de meias grossas, outro par grosso, que vai até o joelho, calça de segunda pele, outra calça peluda por dentro, blusa fininha com fio ionizado, segunda pele quente, blusa de Fleece, casaco até o joelho com recheio de pena e forro de pelinhos, com 02 capuzes incluídos, um de lã, cachecol e um gorro de algodão por debaixo dos capuzes.

Visitamos um lindo complexo de templos budistas e a praça principal da cidade. As pessoas na rua são lindas, principalmente as mulheres: elegantes, muitas maquiadas. Algumas vestidas em trajes típicos (mais os idosos, crianças e homens). No comércio, uma infinidade de lojas de eletrônicos. A maioria dos lugares é tipo entrada de banco no Brasil: uma porta com uma micro ante-sala e depois o estabelecimento propriamente dito. As avenidas são amplas e o tráfico, intenso. Sobrevivemos até melhor que esperávamos no frio: ficamos na rua até umas 19:00. Tudo bem que cheguei em casa com os cílios congelados...

Tomamos nossa cervejinha mongol (não é muito amarga) com amendoins de entrada e partimos pro amigo cup noodles. Hora de por a vida digital em dia e dormir.

Fotos (na ordem desordenada que o Blogger põe e não desta legenda):
- o gelinho nos meus cílios e na minha máscara.
- montanhas da Mongólia.
- nossa vizinhança/ visão da janela.
- café da manhã no Hostel
- meninas na porta do Hostel, na hora de ir embora
- compras do mercado

DICAS: roupas para o frio - nenhuma de nós nunca esquiou nem morou em países gelados, apesar de já termos visitado lugares com neve antes. Lemos muito a respeito de lugares assim e conversarmos com nativos do Canadá e de outros picolés por aí. As nossas dicas se baseiam nisso e na nossa experiência (pegamos até uns - 20oC). Ninguém economizou nos preparativos da viagem: eu comprei coisas em BH, como saco de dormir para zero graus) e deixamos as roupas para comprar onde se entende disso: fui no outlet da North Face de Santiago do Chile e, as meninas, no outlet da Columbia em Nova York. Comprarmos segundas peles, meias especiais, casacos de Fleece, impermeáveis e corta vento, além de luvas e gorros. No meu caso, usei tudo junto mas, o que fez diferença mesmo foi o casacão que comprei em Beijing (até agora não sei se foi em loja de departamento ou em algo tipo um Feira Shop), longo, talvez recheado de pena - tenho minhas dúvidas. Ele é bem grossinho, comprido (essencial para não resfriar a retaguarda) e tem 2 capuzes. Fazendo parceria na compra chinesa, uma calça que parece saruel, mas com pelinhos por dentro, que usei por cima da segunda pele. A calça e o casaco custaram R$ 60,00 cada. As luvas não foram suficientes (usei uma de couro por baixo e a da Columbia Omni-shield). Então, sugiro ter uma roupa de frio para chegar ao país e ir até a primeira loja local de agasalhos.

terça-feira, 13 de março de 2012

Kk: Beijing, 02 de março de 2012


Hoje acabamos saindo tarde do Hostel. Quase na hora do almoço. É que a gente tinha que organizar um pouco as coisas da bagagem, ver umas coisas de internet e tudo mais.

A primeira tarefa do dia foi tentar comprar a passagem de trem de volta da Mongólia (vamos para lá de avião amanhã). Andar de metrô aqui é bem fácil por ser bem sinalizado, além de ter escritos, também, no alfabeto romano. Tentamos comprar o ticket pela internet mas, o site não oferecia a opção de e-ticket e não tínhamos tempo para aguardar o delivery. O trem é operado por uma empresa russa, a Real Russian e o trechinho que queremos é o fim da transiberiana, o que dá umas 30 horas de viagem. Então, o plano inicial é chegar em UlaanBaatar amanhã à tarde e voltar no dia seguinte, de trem. Assim rapidinho mesmo porque está uns - 20oC (MENOS vinte, mesmo) e o nosso sangue tropical pode não sobreviver muito tempo por lá.

Tentamos, obviamente, na estação central de trem de Beijing. Bem grande, com apenas uma janelinha que fala (mais ou menos inglês). A moça disse que não era lá e sim em algum lugar de fora, na rua da frente, há uns 5 min a pé. Fomos demos uma volta na tal rua, nas laterais, no quarteirão. Nada. Achamos um Hostel com gente que falava inglês. Ninguém sabia. Achamos um posto internacional dos correios. Ninguém falava inglês. Com muito custo e um frio danado (0oC com vento e nevezinha de leve), achamos o tal lugar e um cartazinho dizendo que estava provisoriamente em outro local, que também não encontramos. Pedimos ajuda de uns guardinhas que não falavam inglês, mas viram a coto do cartaz e apontaram numa direção. Por fim, tentamos ligar e... adivinha? Não vendia o bilhete. Restou-nos deixar para comprar na Mongólia.

Com a tarde toda perdida e muito muito (Helén achou que ia perder a ponta do nariz e eu os dedos das mãos - apesar das megas luvas pra esse tempo mesmo). Acabamos nos refugiando num lugar que até agora não sabemos se era um shoppinhg ou loja de departamentos. Foi bom que acabei comprando mais uma calça, aveludada por dentro e um casacão, com dois gorros embutidos. Eu estava meio com medo dos menos 20... Passado o desconforto inicial da sensação de analfabetismo por não conseguirmos ler nada, misturada a uma sensação de deficiência de fala (quase um mutismo), começamos a nos virar bem na mímica, que passou a ser o meio de interação predominante para fins comerciais.

Num dos lugares mais populosos do mundo, imagine como é o metrô nos horários de pico. Isso também fez parte da nossa aventura e acabamos voltando para o Hostel de noitinha. Encontrarmos, na recepção, mais um brasileiro perdido e a prosa rendeu madrugada fora, com direito a cup noodles e a uma cerveja chinesa (que ficou mais para apreciação da Helenzita).

DICA: o trem da Mongólia para a China é operado por uma empresa que eu penso ser russa (mas é registrada na Inglaterra), a Real Russia. Esse trecho é o fim da transiberiana. Você pode comprar o bilhete pela internet, mas demora um tempo para chegar ou você tem que pegar em alguns postos (na Rússia). Há, ainda, um e-ticket. Com ele você só precisa do passaporte para embarcar. Não conseguimos comprar esse, não aparecia a opção no site. O trem é uma vez por semana e, na primeira e segunda classe, se você compra de 2 a 4 bilhetes, pode fechar a cabine.
O site é:
http://www.realrussia.co.uk/

segunda-feira, 12 de março de 2012

Kk: Beijing, 01 de março de 2012

Lembrando aos navegantes: devido a restrições governísticas locais, não consigo acessar o blog, YouTube ou facebook. Consigo postar indiretamente, através de um aplicativo para o iPad, mas não consigo ver os comentários. Também posto algumas fotos no facebook usando o mesmo recurso...


Depois de um dia e meio de viagem, cheguei a Pequim. Transcorreu tudo muito bem na vinda e a única coisa que não foi lá essas coisas foi o vôo da India Airways. Se tem um item ausente nos aviões deles, com certeza esse item é o ar condicionado. A aeronave estava muito abafada, além de suja. As poltronas, as mesinhas de refeição... Eca!

Cheguei à China com atraso de 2 horas e, apesar de parecer que eu estava carregando o mundo nas costas, a mochila continua brilhando na bagagem de mão. Comprei uns 6 livros de Yoga no Ashram muitíssimo baratinhos por causa do câmbio e ganhei muitas coisas (o Ashram dá presentes tipo livros, CD e cachecol). Tudo isso pesou bastante e fui para o aeroporto já com espírito preparado para despachar a bagagem, imaginando um grande rigor da Air China com o peso. No check in, fiz cara de quem carregava uma pluma e soltei "just carry on luggage" (apenas bagagem de mão) e não é que colou? Não postei as coisas na Índia porque a biboquinha com placa de correio não tinha caixas para eu as embalar.

O aeroporto de Pequim venceu até agora em todos os aspectos: limpeza, organização, rapidez, tecnologia, tamanho... Fiquei muito admirada, ainda mais sendo alguém desembarcando da India, onde o cenário é tão o oposto. A quantidade de água dentro do vaso sanitário era maior do que a que gastava num banho inteiro no Ashram. Já na saída do desembarque internacional as meninas (Hélen e Cássia) encontraram-me e agora a viagem terá outra cor! Fiquei muito feliz de estarmos juntas! Almoçamos por lá mesmo e o tão popular comentário de que quase ninguém fala inglês por aqui já deu seus primeiros sinais de veracidade: no restaurante do aeroporto INTERNACIONAL, tivemos que pedir os pratos e a conta gesticulando. Resolvemos pela economia e por um certo grau de aventura e encaremos trem + metrô para o Hostel. Não foi muito difícil porque já tínhamos as coordenadas e os nomes das estações estavam escritas, também, no nosso alfabeto. Chegamos direitinho ao Hostel* e fomos surpreendidas: a coisa era um ex-Hostel, em obras. O moço que nos atendeu (desta vez, em inglês) explicou que o governo resolveu fazer uma reforma lá. Com isso, todas as reservas haviam sido remanejadas para outro Hostel. Ele disse ter avisado por email. Mas havia um pequeno detalhe: a reserva estava em meu nome e há 15 dias não tenho acesso a internet (hoje, inclusive, continuo sem). Lá fomos nos pro outro lugar indicado.

Como iria anoitecer cedo, estava muito frio (uns zero graus), o peso das bagagens e a vontade de ir ao banheiro já estavam incomodando e caía uma garoinha, optamos por tomar um táxi. Tínhamos um cartão com endereço e mapa da nova hospedagem e um escrito em chinês "por favor, leve-me a este endereço". Paramos um taxi e ele se recusou!! Pelos gestos dele, supus que o motivo da negativa era a curta distância da corrida. Voltamos pro metrô, passamos as mochilas pelo RX (no metrô aqui é assim: tipo aeroporto) e seguimos. Acontece que, já dentro do vagão, vimos que a cor da estação que queríamos estava verde e todas as subseqüentes também*. Pensamos estar indo na direção errada. Descemos. Voltamos. Percebemos que a primeira direção era a correta. Descemos e voltamos de novo. Isso tudo no pico do movimento de um dos lugares mais populosos da face da terra e nós três de mochilão. Baldeamos para a outra linha e chegamos, enfim.

O Hostel é bem bonitinho e as camas muito confortáveis. O quarto é de 3 beliches e misto (além de nós tem uma moça não me recordo de onde e um australiano). Uma pena, mas aqui não há aqueles tours gratuitos ds outrs hostels. O café da manhã também não está incluído. Saímos ara comer e... adivinhe!! Comunicação impossível. O restaurante em que estávamos até tinha um menu mais ou menos em inglês, mas sem o tamanho e o preço das coisas e um outro com fotos, mas escrito em chinês. Escolhemos tentando usar os dois. O problemas são as restrições: Cássia não pode com camarão e eu, que já não comia carne vermelha, estou parando com aves. Conclusão: a minha bebida foi leite de côco e a das meninas, um pet de quase dois litros de suco de laranja - tudo meio quente. O prato foi uns muitos litros de sopa que supomos ser de tofu, ovo, alga, bambu e preferimos comer sem ficar pensando nos demais ingredientes. Cássia praticamente nem comeu. Depois, pedimos uns palitinhos fritos (achamos que de alguma massinha) muito engordurados, envoltos numa calda doce.

Comemos. Pedimos a conta gesticulando e a moça escreveu os números num pedacinho de papel: uns ¥55,00 (um pouco mais de 11,00 (AO TODO). Como nenhuma de nós lembrava de ter lido algo sobre gorjeta, deixamos uns 10%. A garçonete não entendeu, ficou vermelhinha, levou o dinheiro para o caixa e eles vieram atrás da gente já na porta da rua para devolver. Acho que, sem querer, cometemos uma gafe. Chamou a atenção o tanto que as pessoas aqui fumam durante a refeição e, ainda por cima, dentro do restaurante e jogam as cinzas, com os cigarros e tudo mais n chão! No caminho de volta, paramos numa loja de conveniência. Compramos batatas, água (parecia ser), castanhas, floquinhos de côco e chocolate. A prateleira de castanhas e coisas tipo chips tinha umas peculiaridades como dedos de frango com unha e tudo! :-P Deu até calafrio de ver.

Já estou com saudades do Ashram com a sua comidinha e das celebrações noturnas. Senti muita falta mesmo dos cantos com a energia que trazem. Tenho livro com alguns cantos, mas como não sei a pronúncia e o quarto é coletivo, não vai rolar. Não vejo a hora de conectar à internet e baixar uns.

Dicas:
* o primeiro Hostel (o da reforma) é o Peking Youth Hostel. O segundo, o que ficamos ao final das contas, foi o Peking Yard Hostel
- ir de trem e metrô para a cidade foi fácil e bem em conta: ¥25,00 o primeiro e ¥2,00 o segundo. Você compra o ticket e pega o trem dentro do aeroporto mesmo e com isso evita os congestionamentos. Acho que gastamos umas meia hora na viagem. Na última estação do trem, você já compra o cartão do metrô e embarca. Nas máquinas dos bilhetes, há opção de menu em inglês (algumas aceitam até notas de ¥100,00 e cartões/ tem caixa eletrônico do HSBC no aeroporto). Você ainda (isso não é em toda estação) pode comprar o bilhete no caixa - não precisar falar nenhuma língua: mostre com o dedo o número de bilhetes que você quer para a atendente e o valor aparece na máquina registradora do caixa.
- não jogue fora o cartão de embarque do metrô porque você precisa passá-lo na catraca para sair.

Fotos: a ordem que serão publicadas dependerá do humor do blog hoje.
. Trem de transporte entre os terminais do aeroporto de Pequim
. Coisas da prateleira de "chips" da China. Sim, isso são pedaços de frango meio crus. Sim, eles comem assim e tem, ainda, pacotinhos de patas de galinha.
. Hall do primeiro Hostel da China
. Primeiro de jantar de Pequim. Sopa de... é... ainda não sabemos!

quarta-feira, 7 de março de 2012

Kk: Munger, Índia, 18 de fevereiro, 2012


Uma vez, conversando sobre memória, aprendi que, quando recordamos algo, desengavetamos uma visão/imagem/sentimento e olhamos aquilo com novos olhos, por já termos vivido outras coisas desde o ocorrido. Quando a lembrança é re-engavetada, não é mais como a "original". Fica como se fosse uma releitura. Hoje senti claramente como isso ocorre mesmo. Estar digitando algumas coisas um certo tempo depois me fez até estranhar algumas observações e colocações. Vou tentar resistir à tentação de sair modificando tudo.

Após 03 dias no Ashram, veio a vontade de voltar a escrever. Talvez a aventura maior desta viagem tenha sido chegar aqui. Para quem não sabe, Ashram é como um mosteiro e este em que estou está muito relacionado com o ensino de Yoga (filosofia de vida e não meramente uma atividade física). Como eu já disse em outro post, gosto muito (leia-se preciso) de segurança. Por isso, fiz muito esforço para conseguir transporte certo até aqui antes de sair do Brasil. Acontece que minhas tentativas foram em vão. Então, eu só tinha a passagem de avião para Delhi (capital da Índia) e de lá para Patna (a cidade com aeroporto mais próxima do Ashram). Eu tinha duas opções: vir de trem a partir de Delhi (umas 20 horas, se não atrasasse, o que é muito freqüente na Índia) ou o vôo até Patna e me virar a partir de lá e a segunda foi a minha opção. Os problemas de vir de trem eram : as estações costumam estar escritas apenas em hindi, então nunca se sabe ao certo onde está e mulheres ocidentais podem ser muito assediadas pelo fato dos homens imaginarem de nós uma liberalidade absurda.

Voar de Delhi para Patna já deu um certo frio na barriga: num vôo lotado da Índia Airways, éramos apenas umas 4 mulheres. Acabei fazendo amizade com m australiano mais velho (o segundo da viagem) que viajou ao meu lado e isso me deixou mais confortável um pouco.

Pense em um microaeroporto no meio do quase nada na Índia. Foi onde caí, quase de paraquedas. E o friozinho na barriga virou uma taquicardia (aceleração do coração) quando descobri não haver táxi oficial do aeroporto. Perguntei. Um funcionário de uma compania aérea e ele acabou me indicando um escritório de táxis próximo, mas já num prédio fora do aeroporto. Por todos os lados havia uma profusão de cheiros, calor, ruídos e gente oferecendo transporte. Achei o local indicado, contratei m taxi com ar e, aflição estava tão grande que esqueci de barganhar o preço. Tudo na Índia deve ser barganhado. Para nós, turistas, o preço costuma ser acima do dobro do habitual. O trânsito lá é um caos (vou postar no YouTube). O motorista era jovem, na dele e tranquilo e isso também me acalmou. Além do mais, abençoado seja o efeito colateral do Dramin, porque a viagem com previsão de 3 horas de duração pelo Google Maps demorou umas 6,5 horas. Tudo num trânsito sem lei e muito barulhento, num cenário de ininterrupta miséria e falta de infraestrutura. Nesse dia, não senti fome, sede ou vontade de ir ao banheiro por mais de 7 horas. Por fim, o efeito do Dramin passou e veio o enjôo, o que nem foi de todo ruim porque me deixou sem conseguir raciocinar caraminholas sobre a minha situação. Ah, eu não entendia o inglês do motorista e ele, menos ainda o meu.

Cheguei ao Ashram por volta das 19:00 e a cidade me pareceu um pouco mais desenvolvida que as demais do caminho. Fui recebida, encaminhada a quarto e, de lá, ofereceram-me participar da atividade noturna, caso não estivesse muito cansada. Fui. A atividade era algo como uma celebração, com cantos em hindi e algumas falas. Voltei para o quarto, após. Minha colega de habitação, Sankalpa*, foi muito receptiva e me explicou o funcionamento do lugar.

O Ashram tem uma rotina muito rigorosa de trabalho e de "orações" mas, os meus primeiros 03 dias foram atípicos por estarem num período festivo. O café da manhã não era muito cedo (umas 07:30) e, a seguir, íamos a um lugar fora dos limites do "mosteiro", na cidade. Nesse local, um jardim com tendas, tapetes um palanque, ocorriam diariamente os "cantos e orações", seguidos de uma "palestra". A palestra era proferida pelo guru e eram sobre sabedoria, auto-conhecimento, paz, etc. Uma característica do discurso que me chamou muito a atenção foi o fato de ser aplicável a diversas culturas e não era nada normativo ou moralista. O guru era magrinho, alto e contagiante. Quando ele sorria, eu também tinha vontade de sorrir e, quando ele discursava, parecia estar falando especialmente para mim. O caminho de ida e de volta para as festividades era feito a oé, numa caminhada de uns 10 minutos, aproximadamente. Acho que, por motivos de segurança, havia pessoas do Ashram controlando o portão e alguns pontos do caminho. O cenário era de bastante pobreza e, apesar da população ter um grande cuidado corporal e vaidade, em grande parte dela a higiene ambiental é muitíssimo precária - há lixo, esgoto e excrementos humanos por toda a parte.

* aqui a maioria das pessoas têm um segundo nome, espiritual, que traz um significado. Como o vocabulário para nomear os eventos, rituais, hierarquias, etc não me é familiar, farei uso de descrições ou termos da minha cultura que se aproximem um pouco e, para isso, colocarei as expressões entre aspas.

domingo, 12 de fevereiro de 2012

Los Angeles, 12 de Fevereiro de 2012

Data estranha: 12/02/2012. Mais estranho ainda o fato de que nunca terei vivido a dia 13. É que viajo no sentido contrário da rotação da terra e cruzarei a linha mágica do tempo, a que faz mudar o dia. Assim, hoje (12/02) à noite saio de Los Angeles, voarei por 18:50 horas e chegarei dia 14/02 em Bangkok.

Vôo saindo de Cuba tranquilo, ainda mais na compania na minha nova amiga chinesa, Ângela. Acho que ainda não expliquei isto: o nome dela não é este, mas como ele é praticamente impronunciável pela gente, ela resolveu adotar um outro, ocidental.
Ainda no aeroporto do México, conhecemos mais uma chinesa que viria no mesmo vôo. Coisa chata: ela nos contou que o pessoal que revista os passageiros no check-in furtou dela uns U$ 100,00. Ela desconfiou, ficou brava e solicitou ao guarda que abrisse a mão! Ele abriu e o dinheiro estava lá (e foi devolvido).

Inicialmente, eu havia pensando em vir do aeroporto pro Hostel de shuttle (tipo uma van), mas Ângela sugeriu o metrô e caiu a minha ficha - está passando da hora de eu ser mais descolada! Fomos, erramos a linha, voltamos pra certa de novo e tudo bem.
Cheguei ao Hostel e logo na esquina um cara veio oferecer drogas. Não demos bola e tudo certo. O Hostel é extremamente organizado e o mais regrado de todos. Não se pode entrar nem com o próprio saco de dormir! O único alimento permitido fora da cozinha é água e o checkout é as 10:00. O lugar é limpo (US Hostel Hollywood) e é muito bem localizado também: da janela do banheiro dá para ver o famoso letreiro da cidade e estou a 3 quarteirões do local onde acontece o Oscar. Pena que o local é limpo, mas as queridas colegas de quarto... Nunca vi tanta bagunça junta e sujeira idem! Foi aí que entendi a coisa do excesso de regras...

Um parênteses: a Ângela veio parar aqui porque está em conexão para Pequim. Como o intervalo entre os vôos era grande, resolveu dar uma volta na cidade.

Los Angeles é assim (leia-se os 7 ou 8 quarteirões de Hollywood que passei e também não vou conhecer nada além disso): pense num lugar artificial, com museus de coisas artificiais (tipo de cera), lojas de coisas artificias (figurinos), pessoas artificiais (gente fantasiada de personagens de filmes, às vezes com roupas rasgadas e pedindo alguns dólares para ser fotografada). Intercale aí algumas boutiques, teatros, cinema, muitos turistas e - você está em Los Angeles! Claro, tem praia, parece ter restaurantes bons e gente muito rica. Mas, na minha ignorância, não acredito que vá muito além disso.

Eu tinha um city tour reservado para hoje. Mandei um email ontem para confirmar mas, parece ter havido algum problema. Resolvi não contratar nenhum outro e ficar por aqui mesmo. Resolvendo coisas do resto da viagem.

Aliás, hoje tive plena consciência do meu grau de ansiedade: acordei às 05:00 e fiquei pensando nas coisas a fazer. Definitivamente preciso menos stress e mais desenvoltura. Talvez, jogar-me numa próxima volta ao mundo sem nenhuma reserva feita... tudo em aberto... Talvez assim, com essa terapia de choque, eu melhore. O pior é que sou meio perdida para algumas coisas: do tipo que põe a chave no bolso e não acha nunca mais! Ainda bem que a bagagem é pequena! Por enquanto, tratamento para ansiedade: escrever. Eu sempre fiz isso mas, geralmente, em verso. Hoje, resolvi sublimar (ou ignorar mesmo) um pouco as coisas a resolver e fiquei aqui escrevendo. Descobri outro remédio ótimo para minha ansiedade! Ter alguém rindo deliciosamente dela! ;-) Funcionou!

Talvez alguém fique aí pensando: Los Angeles e ela pensando nos próximos lugares ou gastando tempo na internet! Bom de férias é isso, né? A gente pode fazer o que quiser e isso inclui não fazer nada nem passear! :-)

Provavelmente volto a postar daqui uns 15 dias: é que vou à noite para Bangkok (Thailândia), passo só o dia lá, sem necessidade de hospedagem. Vou pra Delhi (Índia), passo a noite no aeroporto e vou de manhã, no dia 15/02, para o retiro no interior da Índia. Lá serão 15 dias sem comunicação!

Beijos, que não sejam de cinema!
Ah, e bom Carnaval para quem é de Carnaval!

Fotos (o blogger muda a ordem das fotos):
. Prédio verde com toldos: Hostel. A outra foto interna também!
. Museu do Guinness (dos recordes)
. Loja da Hollywood Boulevard.

Aeroporto Benito Juarez, Cidade do México, 11 de Fevereiro de 2012

Mais um vôo. Mais país. USA: Los Angeles, aí vamos nós! Com uma certa preguiça, é verdade, mas vamos. É que a filosofia da cidade não me agrada muito... Nem fiz meu dever de casa direito: não li sobre a cidade, não pesquisei sobre as atrações. O Hostel está reservado e fica pertinho da calçada da fama. Reservei um city tour para amanhã de dia (parto à noite para Bangkok) e nada mais.

Ponto para a mochila: continua viajando na bagagem de mão. Desta vez, apenas 7.9kg, sem o saco de dormir (que acrescentaria mais 980g). Estou começando a achar que, realmente, estou conseguindo uma façanha em carregar apenas isso. Em todos os lugares, as meninas ficam admiradas com o tamanho da mochila. Quero ver se vai continuar dando certo no frio. Até agora, o pior que peguei foi um pouquinho abaixo de 10oC, mais chuva, aqui. Aliás, um item que eu já estava considerando inútil facilitou bem a minha vida: a capa de chuva.

O dia ontem na Cidade do México não poderia ser melhor. Logo cedo, chegou minha nova colega de quarto: uma chinesa de Beijing - Ângela*. Beijing é um dos próximos destinos! Acabamos nos juntando a um free walking tour (tour gratuito a pé) pela vizinhança e foi ótimo, apesar da chuva e frio. Fomos à Catedral e ao Palácio do Governo, onde há fantásticas pinturas de Diego Rivera. Impressionante tudo: o tamanho, a riqueza de detalhes, a importância histórica! Eu e Ângela acabamos almoçando juntas numa casa de tacos que a nossa guia nos recomendou. Achamos mais ou menos, mas o meu almoço teve um plus: insetos crocantes que a minha nova amiga trouxe de uma cidade do interior - Oaxaca. Eu experimentei, mas só tem gosto de tempero, nada mais. Não é tão nojento.

À tarde, fizemos outro walking tour. O planejado era irmos para o parque Chalpultec e para o famoso Museu de Arqueologia que fica lá. Minha amiga ponderou que teríamos muito pouco tempo para o museu e que preferia uma visita a um mercado que vende coisas para feitiços, o Mercado Sonora. Não poderia ter sido melhor! O guia (Gibran) acabou nos levando a todos os mercados importantes da região: dezenas de quarteirões que vendem roupas baratas, como há em Belo Horizonte e em São Paulo, mas nas proporções desta cidade. Vimos, na seguência, intermináveis lojinhas de doces. Havia, pelo menos, uns 5 quarteirões enormes. Em cada quarteirão, as lojinhas e bancas da frente davam passagem para intermináveis labirintos de cheiros e cores. Experimentamos doces. Não sei como descrever o resto... talvez tudo se resuma a México de verdade. Sem turistas além de nós. Passamos, também, pela zona boêmia da cidade e nosso guia explicou-nos como funciona esse comércio. Uma fileira enorme de homens ficam de pé, à frente de pequenas espeluncas. Escolhem a mulher que querem e a coisa acontece meio no olhar. Ele a segue e não trocam uma palavra o qualquer outro tipo de contato até entrarem no quarto. O preço do programa é, aproximadamente, 200,00 pesos mexicanos. É o equivalente a R$26,00. Acabamos jantando com Gibran num restaurante local. Comida estranha, mas uma delícia: a bebida era doce, feita de água, açúcar, côco e leite e, apesar de não parecer, combinou perfeitamente com a sopa de milho, frango, alface (eu acho), rabanete e muita muita muita muita muita muita muita muita pimenta.

Essa Cidade do México que se apresentou, com transeuntes imersos em seu trabalho, com sorrisos gentis e olhas curiosos para a minha aparência um pouco distoante dos demais, esse mundo no qual adentrei as entranhas e fui por elas envolvida calorosamente, senti o cheiro e o gosto no último dia, foi exatamente a mesma que me pareceu um animal hostil pronto para me agredir. Atravessando a rua, reconheci o mesmo trecho que eu havia filmado chegando do aeroporto e que postei no YouTube, mas tudo tinha, agora, outra aparência.

Noite tranqüila, eu estava pronta para partir. E, ao final, todos os defeitos do Hostel: ruído, cheiro, aparência, não fizeram a menor diferença.

Beijos,

Kk

Dica do dia:
Estive apenas em 2 hostels, mas parece ser comum a todos eles oferecerem um ou mais free walking tours. Parece ser uma boa pedida: não custa nada, você fica conhecendo o lugar, o guia, colegas do Hostel e ainda pode combinar com eles algum outro programa. Bom, especialmente, para o primeiro dia na cidade.

Sobre a foto da pintura, a mais de perto: não conheço quase nada sobre pinturas, mas eu sabia um pouco sobre Diego Rivera e gostava por causa de Frida Kahlo, pintora que gosto e que foi esposa dele, mas passei a gostar mais ainda dele e a ter grande interesse depois da informação da guia sobre esta pintura. O moço meio cinza, ao centro, é Hernán Cortés. Como Rivera não gostava dele, pintou-o assim, com seqüelas de sífilis!
Acho que preciso mais mil anos após esta volta ao mundo para ler e aprender e me jogar em todos os novos interesses que estão brotando em mim!

quinta-feira, 9 de fevereiro de 2012

Ai mi Cuba!

Havana, 08 de Fevereiro de 2012

Escrita em dia, mas posts atrasados por problemas internéticos.

Viajar a Cuba é entrar numa máquina do tempo. Começando pelo aeroporto que só vendo mesmo para entender... A coisa mais moderna nele era uma câmerazinha parecida com essas de computador, com a qual se é fotografado na imigração. E o que chama atenção, logo de cara, é a grande força de trabalho feminina: na imigração, as policiais, as vendedoras, todas mulheres. Só não vi nenhuma dirigindo táxi. Elas são altas, bonitas, a maioria com arranjos nos cabelos e saias bem curtas e justas (inclusive os uniformes, curtíssimos, com meias- calças pretas do tipo arrastão). Na casa de câmbio, o dinheiro fica guardado numa caixinha de papelão cortada ao meio.

Os prédios são de um design de mil novecentos e vovó nem era criança, assim como os carros. Todos os muros e outdoors são de propagandas socialistas.

Fiquei hospedada na parte mais turística, Habana Vejia, e, para chegar até lá, passei pela Havana real. Explico: a parte histórica foi considerada, pela ONU, patrimônio da humanidade. Com isso, está toda reformada, colorida, limpa. Parece a Rua das Pedras de Búzios/RJ, sem as boutiques. Sim, com a mesma sofisticação dos restaurantes. Há praças impecáveis e toda uma arquitetura européia de diferentes estilos. Em contigüidade, regiões como Centro Habana e Vedado, parecem Europa pós guerra. Prédios de uma arquitetura linda, mas todos decadentes, sem cor, muito sujos, em decomposição. Um calçamento irregular e, ocasionalmente, uma ou outra portinha por onde se deixam perceber a morada de algum habaneiro (morador de Havana), alguma coisa do governo (escola, secretaria, etc) ou alguma tienda (loja) onde os cubanos podem comprar com a moeda deles (moneda nacional), que é diferente da turística (pesos conversíveis ou CUC). As tiendas são assustadoras: não há quase nada nas prateleiras, nem em quantidade nem em variedade.
Apesar da miséria, pode-se andar tranqüilamente pelas ruas. O maior "perigo" é ouvir assobios ou "bonita". Aliás, isso acontece o tempo todo, com TODAS as mulheres. Mas se você não der bola ou fizer uma cara de que só entende uma língua de outro planeta, os cubanos desistirão de te assediar.

Estou num convento, o Santa Brígida*, que foi recomendação de um blog. A hospedagem foi como ganhar na loteria. Bem mais barata que os hotéis e mais certa que as casas particulares - casa de moradores do governo que tem autorização para alugar quartos (vários blogs falam que você só consegue reserva nelas por telefone e, não raro, quando chega, ninguém nunca ouviu falar de você e não há vagas), o convento fica no coração da parte turística. Engraçado foi que parei no convento errado. O Lonely Planet fala do convento Santa Clara e, quando tomei o táxi no aeroporto, nem pensei! Falei para tocar pra lá. O convento errado fica na parte não maquiada deHavana e, ao chegar, a atendente disse não haver reserva em meu nome. Pensei - até no convento? Pensei que isso era coisa das casas... A minha sorte é que o convento certo ficava perto. Apesar do aspecto das ruas, senti-me segura em ir a pé (como o Lonely Planet disse...). Aliás, estou com um hábito talvez não bom de acreditar em tudo que leio. Minha hospedagem é limpa, novinha, espaçosa, confortável, tem ar, TV, frigobar, tudo! Um verdadeiro luxo. Aproveitei para lavar as roupas no segundo dia... Uma hora isso ia ter que acontecer.

No primeiro dia, deixei-me perambular pelas ruas, deslumbrada com as cores ou com a falta delas, com tudo! No segundo, fiz um walking tour mais planejado pelos lugares que me interessavam mais. Claro que, mesmo já sabendo, fui cercada por um cubano que se dizia professor de música e que ficou querendo me falar sobre pontos turísticos do quarteirão que estávamos. Comecei a rir de mim mesma, internamente, e custei a me desvencilhar dele. É claro que ele pediu dinheiro, ao final. A situação de miséria aqui é impressionante e eu cedi, com o valor sugerido nos blogs/ guias da cidade. Entretanto, meu amigo cubano, esperto, pediu-me uma ajuda 10 vezes maior, "para comprar leite". Acontece quer o valor que ele pediu dá para um jantar com bebida incluída nos restaurantes mais caros aqui ou paga um tour de umas 4 horas a pé com guia oficial! Não são só os brasileiros, os espertos. Talvez seja pela sobrevivência... Não me aborreci (mas também não dei nenhum centavo além do que tinha dado inicialmente).

Andei demais e como continuo dormindo muito irregularmente, estou cansada e vim por volta das 15:00 para o convento. Acho que vou ficar por aqui... Ah, e aproveitei e fiz uma coisa que não é do meu hábito: vi TV. Engraçadíssimo! Há umas coisas do tipo: o preço dos salões de beleza está subindo, então há uma "notícia" no telejornal sobre isso: diz que faltam matérias primas como shampoo, que a culpa é do embargo americano ("um genocídio") e que os cabeleireiros não devem ser gananciosos. Falou-se de barbearias que atendem gratuitamente crianças e idosos e foi dito que isso deveria ser feito por todos, já que o corte de cabelo faz parte da saúde e da higiene. Tem passado muito uma notícia sobre a greve da Bahia. Não sei ao certo o que está acontecendo, mas mostram cenas de protesto, de militares armados e de lojas fechadas por medo de assalto e dizem que o Carnaval está ameaçado!

O que visitei, até agora: Malecon (um calçadão), diversas praças e igrejas, o Museo de Bellas Artes (ótimo para ter uma visão cronológica da situação local, já que é dividido por datas). Sempre fui ignorante em história e política e, pela primeira vez, queria ser diferente, saber mais... Acho que se eu fosse ensinar história a alguém, começaria através de guias turísticos ou coisas sobre viagens... Começaria de trás para frente: mostaria como é hoje para despertar a curiosidade pelo passado. Vi, ainda, o Capitólio, o restaurante Floridita, La Bodeguita del Médio, Hotel Dois Mundos (esses três, do universo de Ernest Heminghway) e almocei no Café Paris ouvindo música ao vivo. Pretendo ir amanhã ao Museu da Poesia, um pequeno vizinho meu. Não tomei - e acho que não vou (não gosto) - daiquiri e rum, pérolas da ilha do Comandante (como é carinhosamente chamado Fidel).
Alguns dizem que não há muito para ver em Havana. Eu acho que a cidade merece, pelo menos, uns 21 dias de visita! E o espanhol que eles falam... simplesmente no intiendo!

Acho que os queridos André Amparo, Solange, Tavinho e Felipe Simil iriam amar conhecer este lugar.

E é isso! Ah, e o esporte querido aqui é o baseball!!!

Beijos socialistas!

Kk

* reservas para o convento podem ser feitas por email, que parece que vai para a cede da ordem (acho que na Itália). O site e o email não são fáceis de achar na internet. Então, aí vai:
http://www.brigidine.org/81/121/Cuba.html

Engraçado é que se você escolher visualizar o site em inglês, o convento de Havana não vai aparecer. Então, visualize em espanhol mas pode mandar o email em inglês mesmo.

Legendas das fotos (o blogger muda a ordem!!!):
. Restaurante Imprensa
. Quem nunca esteve na nesta famosa rua? :-) Eu só não sabia que era cubana...
. Convento Santa Brígida
. Skyline de Havana
. Dispensa comentários

Post atrasado...

Aeroporto Benito Juarez, Cidade do México, 07 de fevereiro, 2012

Queridos,


Bem que o Lonely Planet falou que este aeroporto é um dos maiores do mundo! O terminal que se chega do Brasil não tem nada demais, além de intermináveis e labirínticos corredores. Mas este aqui, o 2, é muito bonito, cheio de lojas, restaurantes, exposições, telões de led por todos os lados. Muito organizado e limpo. Acho que é o maior que já estive.
Aproveitei e tomei um café da manhã mexicano, para compensar o péssimo do Hostel.


Estarei offline* pelos próximos 3 dias - me voy a Cuba.


Já ia me esquecendo... Outra coisa que tem me chamado atenção há algum tempo, mesmo antes desta viagem, é que não vejo mulheres brasileiras viajando sozinhas. Aliás, nunca vi. Mesmo no Brasil, com certa freqüência encontramos mulheres jovens dando umas voltas sem mais ninguém. Por que será? Álguém aí conhece muita brasileira assim? Eu conheço a Clarissa e a Vivi (que viaja a trabalho, de turismo não sei se costumar ir sozinha) !! :-)

Beijos!

* já fui e já voltei!

terça-feira, 7 de fevereiro de 2012

México: a segunda impressão

Cidade do México, 07 de fevereiro, 2012


Ainda bem que a primeira impressão só fica para aqueles que não tem a mente aberta ou não são capazes de reconsiderar o seu ponto de vista o que, definitivamente, não é o meu caso.

Quem leu o post anterior, sabe que não consegui dormir. Bom, assim que deu uma hora razoável no relógio, algo tipo umas 07:00 da manhã, levantei e fui dar uma volta no Hostel. Foi super chato porque tive a impressão de que o menor barulho dos meus movimentos estava incomodando as minhas colegas de quarto australianas. Nem troquei de roupa direito, para incomodar menos. Saí de chinelo mesmo e com a blusinha fina que eu estava. Para piorar a noite mal dormida, a internet do Hostel não estava funcionando (motivo pelo qual os posts estarem atrasados, além de eu ter ido a Cuba).

Aproveitei e encarei a praça Zócalo, deserta a essa hora, bem diferente da minha primeira visão, em hora festiva de fim-de-semana. Com a parte mais neurótica do cérebro meio congelada (estava uns 10oC e eu de chinelos e sem agasalho), pude apreciar o lindo lugar, as ruas adjacentes, um pedaço das ruínas do Templo Mayor e a Catedral, inclusive em seu interior. Realmente, a minha localização era privilegiada. Duas coisas tem me impressionado aqui: a religiosidade** dos mexicanos (apaixonados, inclusive, pelo Papa João Paulo II) e a crueldade da colonização, inclusive a ignorância dos colonizadores. Muitas igrejas foram construídas em cima de locais sagrados para os Aztecas que até utilizaram pedras das construções anteriores para isso. Pouco ou nada foi incorporado da grande ciência e tecnologia que havia antes da dominação espanhola.

Eu já estava um pouco mais confortável com a cidade mas, mesmo assim, resolvi deixar para andar de metrô e circular a grandes distâncias depois da visita a Cuba. Acabei me juntando a uma pequena excursão do Hostel para as pirâmides de Tenotihuacan. Não é a forma mais barata mas, não tenho dúvidas, foi a melhor. A turma era bem animada e formada pela guia e motorista mexicanos, eu, um alemão, 3 suecas, 5 argentinas, um casal de israelenses, uma mexicana e um canadense. A viagem de 50km impressiona porque mostra as reais proporções da Cidade do México. A periferia parece não ter fim e lembra muito os aglomerados brasileiros. As pirâmides são lindas e sensação de estar sentada ali, vendo aquilo tudo, o sol, a vida, é indescritível!

Ah! E os quebra-molas se chamam vibradores. :-P

Uma coisa que devemos ter em mente sempre que fazemos essas excursões são as pegadinhas de turistas. Em todo o lugar há! Já passei por isso na Índia, no Perú e, agora, aqui. Funciona assim: o guia, sempre muito simpático, diz que após ou no meio da excursão a gente vai ser levado a uma "fábrica" ou algum lugar onde ponderemos ver a legítima produção de alguma coisa do país. Claro, há a encenação da produção (de seda, de tintura de tecidos, etc.) com uma recepção muito cordial pelo proprietário ou um gerente do estabelecimento. Esses caras, invariavelmente, são poliglotas. Encontrei, até na Índia, loja com gente que fala português. Depois da "apresentação", servem um drink, alcoólico ou não. Nesta do México serviram licor, tequila e mezcal. Tudo "de graça"! A real intenção? Aí você é encaminhado para a grande loja que fica junto. Lá você vai encontrar a maioria das coisas regionais para comprar. Os guias da excursão costumam receber comissão sobre as vendas. Em locais mais perigosos ou de mais difícil comunicação, isso facilita muito a vida do turista que quer comprar. O problema é que os produtos são mais caros do que na rua ou nas lojinhas mesmo e são um pseudo-artesanato - grande parte é industrializada. Fique atento e lembre-se que o gentil proprietário que te recebeu falando português vai usar isso para te vender e compreende o que você fala sobre os preços e sobre os produtos!

Na volta do passeio, pusemos para tocar música de todos os países na van. Cada um escolhia uma música do seu smartphone e a gente punha no rádio. É óbvio que as meninas dos outros países queriam que eu pusesse Michel Teló e ficaram cantando "ai se eu te pego" em português. Também é óbvio que eu não tinha isso no meu celular mas, pelo visto, vou ter que providenciar.

À noite, saí para jantar no delicioso Café de Tacuba, um casarão antigo, animado, com comida deliciosa e boa música.

Foi um dia delicioso e penso que me gusta el México.

Ah, e estou aprendendo a me virar em espanhol...

** as fotos dos cadeadinhos são da Catedral da Praça Zócalo. As pessoas deixam isso na igreja com pedidos ou agradecimentos para San Ramon Nonato.

Pus, ainda, a foto da janela do meu quarto no Hostel do México, que fiquei devendo.

quinta-feira, 2 de fevereiro de 2012

A bagagem

Resolvi viajar apenas com a bagagem de mão. Isto é, uma mochila um pouco maior que essas de ir para aula. Eu precisava muito da liberdade que viajar sem mala dá, além de adorar a idéia desafiadora de tão pouca coisa para 60 dias e temperaturas tão baixas (estará muito frio na Ásia).

Para isso, mais uma vez fui nos conselhos da querida Clarissa e li sobre light backpacking.

Foi necessário algum investimento. Há muitas roupas chamadas tecnológicas, que viabilizam a bagagem leve. Camisas de fio ionizado que garantem uma semana de uso sem lavar e sem cheiro, roupas quentes que não pesam, toalha que não fica molhada, roupas que secam em 30min...

Assim, minha mochila ficou com 9.8kg. Ela vazia pesa 2.0kg. Quase não deu! Eu estou carregando, basicamente:
- uma calça que vira bermuda e seca rápido e duas calças de usar por baixo no frio (segundas peles) que vão ter que servir de calça mesmo.
- 1 camiseta, 3 camisas de manga curta e 2 de manga comprida. Todas dessas que você usa sem passar da validade. E funciona. Eu testei em BH!
- 3 calcinhas e 2 sutiens, já incluindo a roupa do corpo
- uma jaqueta especial de frio, impermeável (a tecnologia chama Gorotex), com uma por dentro que destaca (de Fleece)
- um vestido.
- pijamas.
- 4 pares de meia.
- 1 tênis, uma sapatilha, uma sandália de trekking e Havaianas.
- coisas de higiene pessoal porque a blusa não vence, mas a gente... (lembrando que em bagagem de mão internacional, tudo tem que ser acondicionado em saquinhos tipo Ziploc e não pode ter volume maior que 100mL).
- iCoisas tecnológicas e seus carregadores e cabos (1.5kg)
- um livro de Yoga.
- uma capa de chuva.
- prendedores de cabelo
- saco de dormir para até zero graus (980g)
- farmacinha de urgência: remédio para febre e dor, enjôo, alergia, dor de estômago, prevenção de malária, infecções do trato urinário ou respiratório, pastilhas que deixam a água potável.


Sim, meninas, eu não trouxe maquiagem e, a menos que eu diminua o peso da mochila, vou continuar sem!

Alguns desses itens eu deixei para comprar em Santiago. Assim, quando eu saí de BH, não tinha blusa de frio e nenhuma calça. Aliás, foi por isso que viajei de vestido.

E estou achando que eu trouxe muita coisa. Dá vontade de deixar mais para trás! ;-)

domingo, 29 de janeiro de 2012

As passagens aéreas

O bilhete aéreo de volta ao mundo - RTW (Round the World) ticket- é muito bom, mas não tem vôos para todos os lugares e tem aquela limitação de 39.000 milhas. Assim, alguns trechos tive que comprar à parte e dói no bolso porque eles são bem carinhos quando comparados com o de volta ao mundo.

Tive que tirar do bilhete de volta ao
mundo o trecho Santiago/BH e começar o RTW tkt de São Paulo para o México porque, pelo meu bilhete, só tinha como ir pra lá fazendo a famosa escala no Canadá.

Cuba, por questões políticas, também não tem vôos dentro do esquema da Star Alliance. Comprei passagem à parte da Mexico Airlines.

Foram à parte, ainda, o trecho que ia para o Tibet porque não conseguimos emitir no bilhete de volta ao mundo - os assentos de RTW são limitados, tipo vaga de milhagem. Mas isso é raro acontecer. Na minha viagem inteira foi o único que aconteceu. Mesmo assim, porque eu fazia questão da data. Acabamos remarcando para Guilin, no sul da China, onde faremos um passeio de barco tipo o vapor do Rio São Francisco numa versão oriental. É o cruzeiro do Rio Li.

Foram separados, também, os trechos Beijing/UlaanBaatar e Delhi/Patna. Patna é uma cidade do norte da Índia, de onde viajarei mais 100km para uma cidade menor ainda: Munger, local do Ashram (algo como um mosteiro ou retiro) onde ficarei por 15 dias.

Tem ainda os trechos internos da Turquia, mas que ainda estamos olhando.

Você consegue comprar tudo pela internet. São sites muito bons de procurar passagens o Kayak, que tem aplicativo para iPad e iPhone, com recursos como filtrar por tarifas, número de escalas e ainda dá para procurar hospedagem e outras coisas. O Fare Compare também é muito bom.
Operadoras de turismo daqui podem ajudar ou providenciar a compra das passagens. Tem hora que vale mais a pena, principalmente se for o mesmo preço. Se você precisar resolver qualquer problema com a passagem, a operadora vai quebrar um galhão e te economizar tempo e dor de cabeça.

Em BH, compramos todos os bilhetes aéreos com o Cadu, da MyTour, que se virou do avesso para atender as nossas confusões e mudanças de itinerário, além da minha urgência de resolver tudo sem antecedência.

Os trechos da Turquia vamos comprar pela internet mesmo, pelo site da Turkish Airlines. Preços ótimos e recomendação da Clarissa (amiga viajeira que ficou 55 dias por lá).

Beijo
Beijo

Kk

sábado, 28 de janeiro de 2012

O Roteiro


Sempre gostei de viajar e considero esse gosto, uma herança familiar. Não me canso de contar que, nas viagens de carro que fazíamos na minha infância, tínhamos o hábito de ir acompanhando todo o trajeto nos mapas e guias, lendo o nome de cada riacho, o número de habitantes de cada cidade... Salve Guia Quatro Rodas. Antes mesmo dessa fase, de ler qualquer coisa, tivemos minha primeira aventura: descemos de carro (minha mãe grávida de 8 meses, meu pai, eu com 3 anos e um casal de amigos deles) acampando de João Monlevade/MG até o sul do Brasil!


Com o passar dos anos e a com a convivência com pessoas de interesse semelhante que me proporcionaram esse prazer, levando-me ou relatando-me histórias de viagem, além de uma inquietação que me move, o gosto pela estrada foi aumentado até chegar na vontade de volta ao mundo, o que me ocorreu no segundo semestre de 2011.

Eu já tinha ouvido falar sobre uma passagem aérea, não tão exorbitante assim, de volta ao mundo. Minha viagem começou de fato aí. Fiz algumas buscas no querido oráculo (Google - não consigo nem imaginar uma viagem dessas na era pré-internet) e encontrei 2 grupos de empresas que oferecem o bilhete: a One World e a Star Alliance. A partir daí, foi fácil decidir. A One World tem muito menos empresas associadas e o site da Star Alliance tem um programinha gostoso de brincar, no qual você escolhe a cidade e ele mostra de onde tem vôos a partir dali e se direto ou conexões, tudo num mapa interativo. Depois você escolhe a empresa aérea, o horário e ele ainda te dá uma previsão de preço (a round fare).


Pra quem se interessar, aí no fim da página vai o site. Ah, e três regras básicas do bilhete que fazem toda diferença: você tem o prazo de um ano pra voar, o limite de 39.000 milhas e só pode ir num sentido.




Tenho grande curiosidade por culturas diferentes, o que tem se transformado em uma atração pela Ásia. Como já estive na Europa algumas (apesar de poucas) vezes, pulei essa parte. Além do mais, a globalização homogeniza as culturas, o que pode diminuir um pouquinho o prazer das descobertas, o encantamento e trouxe as coisas americanas e européias bem pra próximo da gente.

Fui brincando com o programinha e isso durou várias semanas. Veio a dúvida: rodar para leste ou oeste? Muito fácil resolver! Quando comecei a compartilhar o sonho da viagem, Helenzita, com um grande sorriso e uns segundos de reflexão, soltou um "uai, Kk, eu acho que dá" e se prontificou a me acompanhar. Como ela queria muito o Marrocos e Turquia, mas só poderia viajar em março, fui para a esquerda mesmo.

Curiosidade: o fato de rodar para oeste faz com que se perca um dia do calendário, que no meu caso será o 13/02/2012. Um dia que nunca terei vivido. Estranho...

A princípio, eu iria para o México, passando, talvez, pela Bolívia para conhecer as fantásticas minas de sal (o Salar Uyuny). Devo confessar que amarelei: o Salar tem regiões de até 5.000m de altitude. Em locais tão altos assim, você pode ter o que eles chamam de Sorochi- mal da altitude. Os principais sintomas são náusea, vômitos, cansaço e dor de cabeça INTENSOS. Já tive isso numa versão light, em local muito mais baixo (Cusco/Peru - 3.399m), e não tenho a mínima intenção de passar por isso de novo, estando a sós.

Cuba, pela música e regime e governo e México, pelas história, pelas cores e pela comida, já seriam meu próximo roteiro internacional, caso eu não fosse fazer essa viagem tão grande.

Chile e Estados Unidos vieram por conveniência: vou passar por lugares muito frios (estou há aproximadamente um mês da Mongólia e está - 43oC lá hoje! Isso mesmo: NEGATIVOS!) e para isso, vou precisar de roupas especiais. No Brasil, por causa dos impostos, os agasalhos legais custam a partir de uns R$500,00. Procurei, então, outlets de marcas especializadas como a North Face e achei o de Santiago. Por isso, vou pra lá neste momento, de volta ao mundo, claro, além de ser um lugar lindo, encrustrado nas montanhas.

Passar pelos Estados Unidos, que não tem nada a ver com o resto da viagem e nada a ver comigo (ainda mais Los Angeles), foi quase um acidente de percurso. É que os vôos saídos da América para a Ásia que não são via Europa, fazem escala nos EUA ou no Canadá. O visto do Canadá demora uns 20 dias para ficar pronto. Uma eternidade! Além do mais, ia estourar a quantidade de milhas que vou voar: mais de 39.000! Vou ficar em LA um diazinho só e resolvi descer na cidade para não fazer um vôo de quase 36 horas ininterruptas. Passar em Los Angeles antes da Índia e China é quase como ir a um restaurante vegetariano de comida orgânica, mas antes comer umas fritas com queijo e bacon, de entrada. Há quem goste...

Os demais países, vou contando aos poucos, que este post já está rendendo demais!

Beijos
Beijos

Vou ali, que o mundo está chamando!

Kk

Ps: Ao escrever este post, fiquei pensando que talvez alguns achem fúteis ou bobos os motivos pelos quais escolhi alguns lugares. Mas pensei, também, que o desejo é algo tão particular, bem como o prazer e o que desperta tudo isso, que não tem problema - nem os meus motivos, nem a crítica a eles.

Sites:

quarta-feira, 25 de janeiro de 2012

STARTING DE JOURNEY... (english version specially for Kamila)

Dear friends,

In the next 2 months I'm gonna be out of Brazil to "take a round", literally. I'm gonna make the Round World Trip, as known as Round Trip. I'm gonna leave in fev/02 and I'll keep in touch right here.

The life is already a challenge and, as I love adrenalin (to give lots of white hair to my dad), I create others. One of them was this crazzy round trip and with just 2 months to organize things. But life urges and, for that... let's go!

I learned, in a thousand blogs from travelling lovers, many things during this time and I intend to share these knowledge here. I will also do it in my Facebook profile:

Trip tips and English lessons are welcome!

My destination: Chile - Mexico - Cuba - United States - Thailand - India - China - Mongolia - Nepal - Turkey and Morocco.

My luggage? Just a 30L backpack (a little bit bigger than that used for going to school)!

My company: in the first month: me, myself without Irene and without Luisa (she is in Canada*) and I'm not gonna go there**. :-P In the second month, my dear friends Helen Monteiro and Cassia Elena are gonna be by my side. For the last 15 days, other very specially people will join us: 2 pediatricians and one artist ;)

So... let's go because the world is a big place and the round isn't a small thing!


* the expression Luisa is in Canada is a kind of joke in Brazil these days because it was said in a apartments add. A man shows the apartment and says as this is an important thing, he will also introduce his family in the add, except his daugther Luisa because "she was in Canada".

** in my first plan, I would go to Canada in a flight connection, but I should have a transit visa. But the canadian visa is too much expensive and takes lots of time to take it (20 days) - too much time for someone that has just 60 days to organize things. Anyway, it would be a strange connection because I was going from Santiago/ Chile to Mexico City through Canada because the round trip ticket had no other option. Look the map below. :P





STARTING DE JOURNEY...

Queridíssimos,

Nos próximos 2 meses, me ausentarei (ausentar-me-ei, se preferir) do Brasil para uma "volta" por aí. Literalmente... Farei a Volta ao Mundo em 60 dias, também conhecida como Round Trip. Parto dia 02/02/2012 e tentarei manter todos atualizados por aqui.

A vida já é um desafio e, como gosto de um pouquinho só de adrenalina (para aumentar o charme de cabelos brancos do meu pai), inventei mais um tanto. Um deles foi essa loucura de volta ao mundo e de organizá-la com a quase nenhuma antecedência de 2 meses. Mas a vida tem urgência de ser vivida e, por isso e por outros motivos tão importantes como esse, vamos lá!

Aprendi, em milhares de blogs de apaixonados por viagem, muitas coisas durante esta preparação e pretendo compartilhar aqui algumas delas ... Postarei, ainda, no Facebook:

Dicas serão muito bem vindas!

O roteiro: Chile - México - Cuba - Estados Unidos - Thailândia - Índia - China - Mongólia - Nepal - Turquia e Marrocos.

A bagagem? Uma mochila de 30L (um pouco maior que essas de escola) E SÓ!!!!

A compania: no primeiro mês - me, myself, sem Irene e sem a Luíza, que está no Canadá e não passarei por lá*! :-P
A partir do segundo mês, a companheira de aventuras, principalmente asiáticas, Hélen Monteiro e a manezinha do coração, Cássia Elena. Nos últimos 15 dias, mais deliciosas companias: pediátricas, ginecológicas, artísticas ;)

Então... bora lá que o mundo é grande e a volta não é pequena!


* eu até ia fazer uma escalazinha por lá, mas o Canadá exige visto, mesmo para escala (visto de trânsito) e, além de não ser barato, demora VINTE DIAS para ficar pronto. Vinte para quem está se preparando em 60, é uma eternidade. Além do mais, seria uma escala, no mínimo, meio estranha. Afinal, eu sairia de Santiago, no Chile, com destino a Cidade do México, passando (obrigatoriamente, porque pelo bilhete de volta ao mundo só tinha essa opção) pelo Canadá!! Hein?? Pois é...