quarta-feira, 14 de março de 2012
Kk: UlaanBaatar (Mongólia), 03 e 04 de março de 2012
Parabéns pra Lêle, nesta data querida! Aehhhhh! Aniversário da querida Lelê no Brasil e é óbvio que fiz questão de ligar de madrugada e acordá-la só porque cheguei no dia 03 primeiro por estar do lado de cá.
Viagem Pequim/ UlaanBaatar tranquilinha. Fomos para o aeroporto de Pequim de metrô e trem, muito eficientes e fáceis. Deixei os livros da Índia no guarda-volumes do aeroporto porque ainda não consegui postar. O vôo era de umas duas horas só e fiquei com a janelinha fechada para facilitar a leitura no iPad. Quando esolvi dar uma espiadinha lá fora, a olhada já valeu a viagem ao lugar para depois de onde Judas perdeu as botas. A princípio, achei que estava sobrevoando as nuvens, mas ao passarem umas coisas pretinhas lá embaixo, desconfiei estar equivocada. Estava sobre o deserto de Gobi, completamente congelado- uma das paisagens mais lindas que já vi em toda a minha vida. Eram intermináveis montanhas, completamente brancas, muito ocasionalmente entrecortadas por uma estradinha preta.
Chegamos já completamente vestidas para o frio, que estava "bem brando": - 11oC. Fomos pegas no aeroporto pela gentil proprietária do Hostel LG Guest House. A paisagem natural linda, mas a cidade não pareceu muito bonita: ruas sujas, construções velhas e bem quadradas, sugerindo a antiga URSS, à qual a Mongólia pertenceu após domínio chinês. As montanhas... indescritíveis. Passamos por bovinos, todos de grande porte e com abundante pêlo. Nossa motorista nos informou que aproximadamente metade da população vive na capital (mais ou menos um milhão de habitantes). A principal atividade econômica são duas usinas de energia elétrica e, a base da alimentação, carne bovina e de carneiro. UlaanBaatar fica a uns 1.600m acima do mar e o ar é visivelmente poluído e seco.
A vizinhança do Hostel pareceu estranha, rua sem calçamento, muito lixo no chão e uma "casa de shows" logo ao lado. O cheiro também era bem estranho... parecido com o de gordura de carne cozinhando. As acomodações eram bem simples, mas grandes, limpas, confortáveis e quentinhas. Ficamos numa suíte com 02 beliches.
Logo de imediato, saímos para tentar comprar as passagens do trem. A viagem de 30 horas até Pequim seria no dia seguinte por dois motivos: só tem trem uma vez por semana e temíamos não tolerar o frio da cidade. A primeira voltinha na rua não foi das mais fáceis por causa do vento. Helen achou que ia perder a ponta do nariz, Cássia, as costas e eu, os dedos. Andamos no sentido errado e, ao acharmos o posto de venda dos tickets, já estava fechado. Vimos alguns bêbados. Apesar de quase ninguém falar inglês, a cordialidade é infinitamente maior que em Pequim e, de alguma forma, a comunicação se estabeleceu de maneira mais fácil. Pedimos informação na rua e fizemos uma pequena compra no supermercado sem o menor problema. A moeda local é o Tugriks e $785,70 dela eqüivalem a um real. Nossa compra ficou em $17,00 reais com: 03 águas de 1,5L, 03 barras grandes de chocolate com amendoim, uma caixa de suco de cramberry, 01 lata grande de cerveja e 03 cup noodles (ninguém estava animado a sair de noite para comer. Se antes de anoitecer já estava aquele frio...).
No final das contas, foi ótimo não irmos de trem porque ganhamos dois dias para visitar a cidade. Apesar do frio do primeiro dia, as roupas estavam bem adequadas. No dia seguinte (04/03), tomamos coragem e encaramos o clima. Tudo bem que deixamos para fazer isso a partir de meio dia, quando a temperatura estava mais amena. O café da manhã foi um dos melhores até hoje: café, pães, geléia, Nutela, margarina e ovo quentinho. Visitamos as principais atracões turísticas da cidade: um grande templo budista e uma praça. O frio nas mãos (eu estava com luva de couro por baixo e uma luva bem grossa da Columbia por cima) foi limitante. Impossível manejar a câmera fotográfica e, de tempos em tempos, entrávamos em alguma loja porque a temperatura fora era simplesmente impraticável para os dedos. Os meus trajes eram: um par de meias grossas, outro par grosso, que vai até o joelho, calça de segunda pele, outra calça peluda por dentro, blusa fininha com fio ionizado, segunda pele quente, blusa de Fleece, casaco até o joelho com recheio de pena e forro de pelinhos, com 02 capuzes incluídos, um de lã, cachecol e um gorro de algodão por debaixo dos capuzes.
Visitamos um lindo complexo de templos budistas e a praça principal da cidade. As pessoas na rua são lindas, principalmente as mulheres: elegantes, muitas maquiadas. Algumas vestidas em trajes típicos (mais os idosos, crianças e homens). No comércio, uma infinidade de lojas de eletrônicos. A maioria dos lugares é tipo entrada de banco no Brasil: uma porta com uma micro ante-sala e depois o estabelecimento propriamente dito. As avenidas são amplas e o tráfico, intenso. Sobrevivemos até melhor que esperávamos no frio: ficamos na rua até umas 19:00. Tudo bem que cheguei em casa com os cílios congelados...
Tomamos nossa cervejinha mongol (não é muito amarga) com amendoins de entrada e partimos pro amigo cup noodles. Hora de por a vida digital em dia e dormir.
Fotos (na ordem desordenada que o Blogger põe e não desta legenda):
- o gelinho nos meus cílios e na minha máscara.
- montanhas da Mongólia.
- nossa vizinhança/ visão da janela.
- café da manhã no Hostel
- meninas na porta do Hostel, na hora de ir embora
- compras do mercado
DICAS: roupas para o frio - nenhuma de nós nunca esquiou nem morou em países gelados, apesar de já termos visitado lugares com neve antes. Lemos muito a respeito de lugares assim e conversarmos com nativos do Canadá e de outros picolés por aí. As nossas dicas se baseiam nisso e na nossa experiência (pegamos até uns - 20oC). Ninguém economizou nos preparativos da viagem: eu comprei coisas em BH, como saco de dormir para zero graus) e deixamos as roupas para comprar onde se entende disso: fui no outlet da North Face de Santiago do Chile e, as meninas, no outlet da Columbia em Nova York. Comprarmos segundas peles, meias especiais, casacos de Fleece, impermeáveis e corta vento, além de luvas e gorros. No meu caso, usei tudo junto mas, o que fez diferença mesmo foi o casacão que comprei em Beijing (até agora não sei se foi em loja de departamento ou em algo tipo um Feira Shop), longo, talvez recheado de pena - tenho minhas dúvidas. Ele é bem grossinho, comprido (essencial para não resfriar a retaguarda) e tem 2 capuzes. Fazendo parceria na compra chinesa, uma calça que parece saruel, mas com pelinhos por dentro, que usei por cima da segunda pele. A calça e o casaco custaram R$ 60,00 cada. As luvas não foram suficientes (usei uma de couro por baixo e a da Columbia Omni-shield). Então, sugiro ter uma roupa de frio para chegar ao país e ir até a primeira loja local de agasalhos.
Marcadores:
dica,
frio,
Mongólia,
Round the world,
Round trip,
UlaanBaatar,
viagem,
volta ao mundo
Assinar:
Postar comentários (Atom)
Oiiiiiiiiiii!
ResponderExcluirTa tudo muito lindo. Adoraria ter meus cilios congelados. Muito bom! Muito obrigada pelos parabens! Fiquei toda super orgulhosa!
Foi uma delícia!
Saudades e divirta-se!