sábado, 10 de março de 2012

Hell: Notas da geladeira chamada Mongólia...

Chegamos à Mongólia, na capital UlaanBaatar, depois de um vôo rápido, umas 3h, Eu e Cassia assentadas ao lado de um funcionário da AirChina que ficou descalço, colocou os pés pra cima e bebeu um chá estranho fazendo o peculiar barulhinho - lhurp ou algo assim (sugando), a viagem toda. Eca! O engraçado é que nessas horas sempre lembro do Dr Henrique. Kkk! A vista da janela do avião... Não consigo descrever... um mar branco, com pequenos pontos que parecem vilas, (não sei como descrever e não sei se fotos serão capazes de fazê-lo). Ao chegar no aeroporto um friozinho singelo -11 graus e como no que diz respeito a frio, pra mim, pouco já é muito, então isso é demais. Sai do avião empacotada, qualquer semelhança com o boneco da Michelin não era mera coincidência. Era assim q eu queria estar: acolchoada e quentinha...
A primeira parte q vimos da cidade é muito estranha não sei se é por estarmos no inverno, mas tudo me pareceu meio estilo faroeste, empoeirado, abandonado e ruim, pra quem conhece, lembra Juliaca no Peru. E é um lugar de clima muito, muito seco, mas de pessoas extremamente solicitas. Mesmo sem falar inglês eles tentam nos ajudar e conseguem na maioria das vezes. Aqui está 50% da população da Mongólia, 30% são nômades e o restante se divide em outras cidades.
Decidimos sair e tentar comprar as passagens para voltarmos de trem para Pequim (o finalzinho da transsiberiana, o plano inicial era somente uma tarde em UlaanBaatar e depois patir em uma viagem de 30h de volta para Pequim), mas entendi errado as orientações e quando chegamos no local correto: CLOSED please came back again! Decidimos voltar de avião em 05/03 a dona do hostel nos disse que se quiséssemos poderíamos tomar um trem nacional até a fronteira com a China e depois continuar a viagem de ônibus leito, mas o trem ficou pra próxima. Já imaginou como seria comprar uma passagem de ônibus na fronteira da China com a Mongólia?! Melhor não, ainda quero chegar inteira no Brasil!
Assim decidido, passamos num supermercado e guarnecemos a geladeira (foto abaixo), e voltamos para o hostel. Jantar noodles de potinho e snickers pra sobremesa, entrada castanha de caju.
No dia seguinte esperamos ate umas 11h pra termos coragem de pisar fora do hostel, nesse horário chegou a - 13 graus, na terra de Genghis Khan. Fomos conhecer o Monastério Gandan Tegchin (um monastério budista que já teve 5000 monges, mas que o governo comunista destruiu ou utilizou para acomodar soldados ou como celeiro por volta de 1938. Hoje eles estão restaurando os datsans e já contam com 900 monges) quase congelamos, tudo sem aquecimento. Mesmo assim rodei as rodas de oração e apesar da aparente bagunça do local e do frio, isso me deu uma sensação de tranquilidade e paz... E olha que quase congelei meus dedos!
Imagine centenas de crianças brincando, adultos e idosos conversando. E derrepente um som ao longe faz todos se deslocarem, ao mesmo tempo e às vezes aos tropeções para dentro dos templos e iniciarem suas orações. Noventa porcento da população é budista.
Saímos parcialmente congeladas do Monastério paramos na primeira portinha com cara de ter aquecimento e que graças a Deus tinha... Todos os templos são gelados, mas a vontade de tirar fotos (o lugar é tão lindo) era tanta que ignorei mais do que devia meus dedos e mesmo com luva grossa deixei de sentir as pontas, nessa hora me preocupei, tenho apego às minhas extremidades (risos). Depois de quase congelar, almoço com direito a esquentar bem, no restaurante (a pimenta ajudou).
Depois continuamos até a praça Sukhbaatar (onde fica a estatua de Dandin Sukhbaatar, o herói nacional da independência e o prédio do parlamento com a estatua de Genghis Khan) politicamente muito importante para a Mongolia, essa praça foi palco do processo de independência da China e do término do domínio soviético. Estátuas lindas e como já estava quase escurecendo uma luz diferente para as fotos, espero que boa... Fomos rápidas ninguém queria congelar e eu aprendi a não menosprezar os sinais sutis que meu corpo me dá antes de eu me por em risco, os dedos ainda estavam sensíveis. No caminho uma aquecida na loja de lembrancinhas, compramos algumas coisinhas, leves, tudo o q comprarmos teremos que carregar até acharmos um posto de correio que entenda pelo menos inglês. E depois na loja se departamento do governo, muito boa por sinal, com nova passada no supermercado, para comprar o jantar. Com o passeio de hoje conclui que a parte da cidade que estamos é que não é bonita. E que realmente o povo é ótimo, me afastei um pouco das meninas, na ansiedade de fotografar tudo o que desse, e um senhor me chamou e mostrou que elas estavam para trás, alem de sempre termos sido recebidas com um sorriso em todos os lugares que entramos. Em 05/03 voltamos para Pequim, que estava menos frio...
Fico devendo as fotos do deserto e dos templos, tirei todas com a câmera e estou usando o celular para postar, portanto... Assim que possível atualizo. Beijo pra quem é de beijo, abraço pra quem é de abraço e os dois pra quem é dos dois, que agora fui... Até daqui a pouco, ou quando der...
PS: Nevou essa noite (04/03)! Tá tudo mais branquinho, temperatura no momento (9h) - 26graus. Simbora brinca na rua?! kkk
As fotos são: a vista do nosso quarto, a janela q se tornou nossa geladeira, o relógio é pq achei estranho relógio de ponteiro com 24h e por fim o jantar de hoje.

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