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segunda-feira, 7 de janeiro de 2013

Você acredita em milhas? E em Papai Noel, no Coelhinho da Páscoa e na Justiça para os políticos brasileiros também?

Se a resposta ao título foi SIM, só tenho a dizer: Ô dó!
Eu também acreditei!

João Monlevade - casa de pai mais mãe - 23 de Dezembro de 2012

Fui à loja da TAM na Praça Marília de Dirceu (BH) duas vezes e, adivinha? Claro que não dava para usar as milhas para chegar à terra do sol nascente. Lembram da tabelinha de milhas necessárias para chegar até lá? Vide post anterior. No trecho em que, de acordo com a tabela do site eu precisaria de umas 30 a 40 mil milhas - por exemplo, África -> Ásia, na loja me explicaram que aquilo era "A PARTIR DE"... Assim, na realidade, eu precisaria de umas 85.000 milhas para cada perna!!!!! Perna é cada trecho da viagem: só a ida ou só a volta. Minhas milhas então, não valeriam de nada.

Desolada e desiludia, mas ainda com aquela incontrolável vontade de viajar e a boa esperança correndo nas veias, resolvi tentar um plano B, que já tinha sido sugerido por André - outro totalmente animado para rodar por aí. Sentei ao computador para pesquisar preços de passagens para a Ásia: tudo MUITO caro: de uns R$5.000,00 a R$12.000,00 por pessoa, ida e volta, classe econômica. Comecei a procurar uns destinos diferentes do nosso roteiro inicial, que não incluía Austrália. Acabei achando um vôo da TAM para a Austrália operado pela LAN, pela relativa bagatella de R$3.500,00 - escala em Santiago do Chile. Eu e Dé conversamos e liguei para o querido Cadu - My Tour*, que sempre providencia as passagens com toda disposição e atenção do mundo! Esse vôo da LAN só tinha um problema: ele saia muito muito cedo de SP, então teríamos que ir um dia antes e pernoitar lá. Além do mais, a escala em Santigo do Chile era de milhões de horas, mas não o suficiente para uma volta na cidade. Mesmo assim eu estava disposta, até que o Cadu deu a luz! Por um pouquinho a mais, vamos de South African, com saída de BH, sem dormir em SP e com uma curta escala lá, mais uma escala na África do Sul. Claro que não resisti e pus aí, sem acréscimos financeiros, um stop over em Joanesburgo. Stop over é quando você para numa escala, desembarca e fica um ou mais dias no local antes de continuar a viagem até o destino final. A maioria das empresas permite que você faça isso sem custos adicionais, mas tem que ser programado com antecedência. A paradinha não vale para bilhetes emitidos através de milhas.

Para conseguir a façanha de utilizar as milhas na Ásia, já que desisti de usar para chegar até lá, eu e André fizemos a seguinte ginástica: ele emitiu o bilhete dele Smiles de Narita (Japão) para Hong Kong (China) no dia 11/03, classe executiva. Pelo menos era "baratinho": 18.500 milhas (o vôo pela empresa Delta, se pago, na classe econômica, custaria "módicos" R$4.094,00!!!!!! mais taxas). Só tem um problema: no vôo, mesmo nos dias um pouco antes e um pouco depois, só tinha uma vaga para viajantes milheiros - a que ele adquiriu. Assim, ou eu viajo dois dias antes dele ou pago esse dinheiro aí (mais caro que a passagem que pagamos Brasil - Sydney ida e volta).

Com toda a paciência do universo, consegui emitir o bilhete no mesmo vôo, classe econômica (12.500 milhas) para dois dias antes - frio na barriga, porque isso implica chegar sozinha a Tóquio, uma cidadezinha que não fala inglês e que tem 39 milhões de habitantes (incluindo os arredores). Isso dá umas dezesseis vezes a população de Belo Horizonte. Recebi o email de confirmação e tudo mais, mas o site da Smiles deu problema na hora de confirmar o pagamento da taxa. Quando se emite um bilhete com milhas, paga-se a taxa de emissão que, no caso, é de R$62,00, mas já vi até de R$214,00! Bom, neste exato momento estou na terceira ligação para a Smiles (o número que eles forneceram no site quando deu problema estava desatualizado). Estou há 25 minutos com aquela musiquinha infernal na orelha e nada... Ah, a ligação é 0300.

Vamos viajar separados nesse trecho? Talvez... Mas como a taxa é baratinha e você perde apenas R$80,00 se cancelar e nenhuma milha, resolvi garantir.

Os trechos Hong Kong - Seoul e Seoul - Sydney eu consegui emitir na loja da TAM. Paguei caro 90.000 milhas (ao todo, meus bilhetes e do André), mas não tive problemas.

Ah, eu já ia me esquecendo de um detalhe bem importante: quando se procura bilhetes por milhas no site da Smiles, para complicar a vida do coitado do viajante esperançoso, tem que se fazer a busca dia-a-dia: não tem como você verificar se há algum vôo de milha disponível no período. Um macete é buscar disponibilidade de vôos para uma pessoa, caso não consiga para duas: às vezes você consegue achar, assim, dois lugares no mesmo vôo, mas em classes diferentes (pode ser melhor do que desembolsar a passagem). Além do mais, quando se busca um trecho qualquer, ele apenas diz que a busca não gerou resultados naquela data, mas isso pode significar que não tem assento ou simplesmente que a Smiles não opera aquele trecho. Acontece que uma coisa é bem diferente da outra: porque se é uma questão de disponibilidade de assentos, pode ser que em outro dia ou hora você consiga. Caso contrário, vai ficar gastando a sua beleza e precioso tempo em vão na frente do computador. Para saber se o trecho é operado ou não, só pelo famoso telefone aí.

Lição do dia: quer viajar pra bem longe? Ou com MUITO dinheiro ou com algum dinheiro a paciência de Jó, boa vontade de nem sei o quê. Ai ai...

Aos amigos que acompanham o Blog porque são amigos e não pelo interesse nas dicas de viagem, peço licença pelas chatices da novela Providenciar Passagens - mas é que esse tipo de post costuma ajudar outras pessoas no seu planejamento.

Obs: escrevi este post e, depois de uns 40 minutos, ainda estava na espera...

* site da My Tour: http://www.mytur.com.br/ - fale com o Cadu e diga que Kk recomendou!

domingo, 6 de janeiro de 2013

Outras voltas

Belo Horizonte, 21 de Dezembro de 2012

Acho que é tendência natural do ser humano acumular coisas durante a vida: tem gente que acumula dinheiro, cacarecos, livros, gordurinhas, histórias e uma infinidade de itens. Minha maior pretensão é ser do tipo que acumula milhas. Não milhas no cartão de fidelidade ou ganhas no cartão de crédito. Milhas viajadas mesmo.

Por isso... já estou praticamente "com o pé na estrada, qualquer dia a gente se vê, sei que nada será como antes, amanhã... Que notícias me dão dos amigos? Que notícias me dão de você?".

Roteiro 2013: África do Sul/ Austrália/ Singapura/ Koréia do Sul/ China/ Japão/ Austrália/ África do Sul e casa. :)

Desta vez, a viagem começou assim: fiquei sabendo de um congresso da minha área de trabalho que acontecerá em Hong Kong em março do ano que vem. Eu já tinha umas milhazinhas (afinal, já tinha dado a volta ao mundo em 2012 e gastei TUDO - até chicletes no cartão de crédito no último ano). Pensei: umas 120.000 milhas Star Alliance (TAM) mais umas 18.000 Smiles (Gol) - já deve dar para brincar. Além do mais, meu companheiro de aventuras também tem o bolso gordinho de milhas, mais que o meu, aliás. E fui sonhando. Fui sonhando (e com restrição orçamentária) uma vez que fiz a opção de desacelerar no trabalho no último ano.

Mas, "desilusão, desilusão, danço eu, dança você na dança da (...)" pontuação. Não é novidade para ninguém que as empresas aéreas dificultam até onde podem que você utilize seus pontinhos suados que elas oferecem de boca cheia. Começou a novela.

Primeiro entrave: minhas milhas são predominantemente Star Alliance e as do Dé Smiles. Então, o negócio seria viajar separado e nos encontrarmos na Ásia. Ok, mas... viajar sozinha é fantástico, quando você está viajando sozinha, né? Viajar sozinha estando acompanhada, ainda mais num vôo que entre escalas e cia limitada dura mais de um dia é dureza! Tivemos a idéia: a gente poderia emitir dois bilhetes de ida e de volta de BH ou SP até a Europa ou África (com minhas sonhadas milhas) e de lá, mais dois de ida e de volta até qualquer lugar da Ásia. Era a solução para a solidão! Fui namorar o site da TAM Fidelidade. Lá tem uma tabela* com os pontos necessários nas alta e baixa temporadas para todos os destinos da própria TAM ou das empresas parceiras. Era felicidade demais: para ir até a Ásia Oriental em baixa temporada seriam necessários, em classe econômica, por trecho, por pessoa: 50.000 pontos. Dava e sobrava. Dentro do nosso plano de viajarmos juntos, Brasil/ África do Sul: 15.000 pontos (todos os valores serão por trecho/ pessoa na classe econômica) ou Brasil/ Europa: 30.000.

Fui à loja da TAM, uma vez que (diferente da Smiles), não se consegue emitir bilhete das empresas chamadas parceiras (todas as outras da Star Alliance que não são da TAM) pelo site, só na loja mesmo. Em BH, tem uma na Praça Marília de Dirceu.

Começou aí o trabalho árduo...


* como nas postagens anteriores, para facilitar a leitura e ajudar um pouquinho quem também gosta de viajar, vou colocar os links e algumas sugestões na forma de rodapé de página.

Tabela de pontos necessários poir classe para viagens internacionais TAM/ STAR ALLIANCE
. baixa estação: http://www.tam.com.br/b2c/vgn/img/fidelidade/pt_passagensPremios_baixa_estacao_pos01072011.pdf
. alta estação:
http://www.tam.com.br/b2c/vgn/img/fidelidade/Resgate-Pt-AltaEstacao-21112011.pdf

Ásia: here we go!

Queridos,

O Blog está na ativa outra vez. Agora com as dores e os prazeres de uma viagem à Ásia- dos preparativos até o retorno!

Here we go!


terça-feira, 13 de março de 2012

Kk: Beijing, 02 de março de 2012


Hoje acabamos saindo tarde do Hostel. Quase na hora do almoço. É que a gente tinha que organizar um pouco as coisas da bagagem, ver umas coisas de internet e tudo mais.

A primeira tarefa do dia foi tentar comprar a passagem de trem de volta da Mongólia (vamos para lá de avião amanhã). Andar de metrô aqui é bem fácil por ser bem sinalizado, além de ter escritos, também, no alfabeto romano. Tentamos comprar o ticket pela internet mas, o site não oferecia a opção de e-ticket e não tínhamos tempo para aguardar o delivery. O trem é operado por uma empresa russa, a Real Russian e o trechinho que queremos é o fim da transiberiana, o que dá umas 30 horas de viagem. Então, o plano inicial é chegar em UlaanBaatar amanhã à tarde e voltar no dia seguinte, de trem. Assim rapidinho mesmo porque está uns - 20oC (MENOS vinte, mesmo) e o nosso sangue tropical pode não sobreviver muito tempo por lá.

Tentamos, obviamente, na estação central de trem de Beijing. Bem grande, com apenas uma janelinha que fala (mais ou menos inglês). A moça disse que não era lá e sim em algum lugar de fora, na rua da frente, há uns 5 min a pé. Fomos demos uma volta na tal rua, nas laterais, no quarteirão. Nada. Achamos um Hostel com gente que falava inglês. Ninguém sabia. Achamos um posto internacional dos correios. Ninguém falava inglês. Com muito custo e um frio danado (0oC com vento e nevezinha de leve), achamos o tal lugar e um cartazinho dizendo que estava provisoriamente em outro local, que também não encontramos. Pedimos ajuda de uns guardinhas que não falavam inglês, mas viram a coto do cartaz e apontaram numa direção. Por fim, tentamos ligar e... adivinha? Não vendia o bilhete. Restou-nos deixar para comprar na Mongólia.

Com a tarde toda perdida e muito muito (Helén achou que ia perder a ponta do nariz e eu os dedos das mãos - apesar das megas luvas pra esse tempo mesmo). Acabamos nos refugiando num lugar que até agora não sabemos se era um shoppinhg ou loja de departamentos. Foi bom que acabei comprando mais uma calça, aveludada por dentro e um casacão, com dois gorros embutidos. Eu estava meio com medo dos menos 20... Passado o desconforto inicial da sensação de analfabetismo por não conseguirmos ler nada, misturada a uma sensação de deficiência de fala (quase um mutismo), começamos a nos virar bem na mímica, que passou a ser o meio de interação predominante para fins comerciais.

Num dos lugares mais populosos do mundo, imagine como é o metrô nos horários de pico. Isso também fez parte da nossa aventura e acabamos voltando para o Hostel de noitinha. Encontrarmos, na recepção, mais um brasileiro perdido e a prosa rendeu madrugada fora, com direito a cup noodles e a uma cerveja chinesa (que ficou mais para apreciação da Helenzita).

DICA: o trem da Mongólia para a China é operado por uma empresa que eu penso ser russa (mas é registrada na Inglaterra), a Real Russia. Esse trecho é o fim da transiberiana. Você pode comprar o bilhete pela internet, mas demora um tempo para chegar ou você tem que pegar em alguns postos (na Rússia). Há, ainda, um e-ticket. Com ele você só precisa do passaporte para embarcar. Não conseguimos comprar esse, não aparecia a opção no site. O trem é uma vez por semana e, na primeira e segunda classe, se você compra de 2 a 4 bilhetes, pode fechar a cabine.
O site é:
http://www.realrussia.co.uk/

domingo, 12 de fevereiro de 2012

Aeroporto Benito Juarez, Cidade do México, 11 de Fevereiro de 2012

Mais um vôo. Mais país. USA: Los Angeles, aí vamos nós! Com uma certa preguiça, é verdade, mas vamos. É que a filosofia da cidade não me agrada muito... Nem fiz meu dever de casa direito: não li sobre a cidade, não pesquisei sobre as atrações. O Hostel está reservado e fica pertinho da calçada da fama. Reservei um city tour para amanhã de dia (parto à noite para Bangkok) e nada mais.

Ponto para a mochila: continua viajando na bagagem de mão. Desta vez, apenas 7.9kg, sem o saco de dormir (que acrescentaria mais 980g). Estou começando a achar que, realmente, estou conseguindo uma façanha em carregar apenas isso. Em todos os lugares, as meninas ficam admiradas com o tamanho da mochila. Quero ver se vai continuar dando certo no frio. Até agora, o pior que peguei foi um pouquinho abaixo de 10oC, mais chuva, aqui. Aliás, um item que eu já estava considerando inútil facilitou bem a minha vida: a capa de chuva.

O dia ontem na Cidade do México não poderia ser melhor. Logo cedo, chegou minha nova colega de quarto: uma chinesa de Beijing - Ângela*. Beijing é um dos próximos destinos! Acabamos nos juntando a um free walking tour (tour gratuito a pé) pela vizinhança e foi ótimo, apesar da chuva e frio. Fomos à Catedral e ao Palácio do Governo, onde há fantásticas pinturas de Diego Rivera. Impressionante tudo: o tamanho, a riqueza de detalhes, a importância histórica! Eu e Ângela acabamos almoçando juntas numa casa de tacos que a nossa guia nos recomendou. Achamos mais ou menos, mas o meu almoço teve um plus: insetos crocantes que a minha nova amiga trouxe de uma cidade do interior - Oaxaca. Eu experimentei, mas só tem gosto de tempero, nada mais. Não é tão nojento.

À tarde, fizemos outro walking tour. O planejado era irmos para o parque Chalpultec e para o famoso Museu de Arqueologia que fica lá. Minha amiga ponderou que teríamos muito pouco tempo para o museu e que preferia uma visita a um mercado que vende coisas para feitiços, o Mercado Sonora. Não poderia ter sido melhor! O guia (Gibran) acabou nos levando a todos os mercados importantes da região: dezenas de quarteirões que vendem roupas baratas, como há em Belo Horizonte e em São Paulo, mas nas proporções desta cidade. Vimos, na seguência, intermináveis lojinhas de doces. Havia, pelo menos, uns 5 quarteirões enormes. Em cada quarteirão, as lojinhas e bancas da frente davam passagem para intermináveis labirintos de cheiros e cores. Experimentamos doces. Não sei como descrever o resto... talvez tudo se resuma a México de verdade. Sem turistas além de nós. Passamos, também, pela zona boêmia da cidade e nosso guia explicou-nos como funciona esse comércio. Uma fileira enorme de homens ficam de pé, à frente de pequenas espeluncas. Escolhem a mulher que querem e a coisa acontece meio no olhar. Ele a segue e não trocam uma palavra o qualquer outro tipo de contato até entrarem no quarto. O preço do programa é, aproximadamente, 200,00 pesos mexicanos. É o equivalente a R$26,00. Acabamos jantando com Gibran num restaurante local. Comida estranha, mas uma delícia: a bebida era doce, feita de água, açúcar, côco e leite e, apesar de não parecer, combinou perfeitamente com a sopa de milho, frango, alface (eu acho), rabanete e muita muita muita muita muita muita muita muita pimenta.

Essa Cidade do México que se apresentou, com transeuntes imersos em seu trabalho, com sorrisos gentis e olhas curiosos para a minha aparência um pouco distoante dos demais, esse mundo no qual adentrei as entranhas e fui por elas envolvida calorosamente, senti o cheiro e o gosto no último dia, foi exatamente a mesma que me pareceu um animal hostil pronto para me agredir. Atravessando a rua, reconheci o mesmo trecho que eu havia filmado chegando do aeroporto e que postei no YouTube, mas tudo tinha, agora, outra aparência.

Noite tranqüila, eu estava pronta para partir. E, ao final, todos os defeitos do Hostel: ruído, cheiro, aparência, não fizeram a menor diferença.

Beijos,

Kk

Dica do dia:
Estive apenas em 2 hostels, mas parece ser comum a todos eles oferecerem um ou mais free walking tours. Parece ser uma boa pedida: não custa nada, você fica conhecendo o lugar, o guia, colegas do Hostel e ainda pode combinar com eles algum outro programa. Bom, especialmente, para o primeiro dia na cidade.

Sobre a foto da pintura, a mais de perto: não conheço quase nada sobre pinturas, mas eu sabia um pouco sobre Diego Rivera e gostava por causa de Frida Kahlo, pintora que gosto e que foi esposa dele, mas passei a gostar mais ainda dele e a ter grande interesse depois da informação da guia sobre esta pintura. O moço meio cinza, ao centro, é Hernán Cortés. Como Rivera não gostava dele, pintou-o assim, com seqüelas de sífilis!
Acho que preciso mais mil anos após esta volta ao mundo para ler e aprender e me jogar em todos os novos interesses que estão brotando em mim!

quinta-feira, 9 de fevereiro de 2012

Ai mi Cuba!

Havana, 08 de Fevereiro de 2012

Escrita em dia, mas posts atrasados por problemas internéticos.

Viajar a Cuba é entrar numa máquina do tempo. Começando pelo aeroporto que só vendo mesmo para entender... A coisa mais moderna nele era uma câmerazinha parecida com essas de computador, com a qual se é fotografado na imigração. E o que chama atenção, logo de cara, é a grande força de trabalho feminina: na imigração, as policiais, as vendedoras, todas mulheres. Só não vi nenhuma dirigindo táxi. Elas são altas, bonitas, a maioria com arranjos nos cabelos e saias bem curtas e justas (inclusive os uniformes, curtíssimos, com meias- calças pretas do tipo arrastão). Na casa de câmbio, o dinheiro fica guardado numa caixinha de papelão cortada ao meio.

Os prédios são de um design de mil novecentos e vovó nem era criança, assim como os carros. Todos os muros e outdoors são de propagandas socialistas.

Fiquei hospedada na parte mais turística, Habana Vejia, e, para chegar até lá, passei pela Havana real. Explico: a parte histórica foi considerada, pela ONU, patrimônio da humanidade. Com isso, está toda reformada, colorida, limpa. Parece a Rua das Pedras de Búzios/RJ, sem as boutiques. Sim, com a mesma sofisticação dos restaurantes. Há praças impecáveis e toda uma arquitetura européia de diferentes estilos. Em contigüidade, regiões como Centro Habana e Vedado, parecem Europa pós guerra. Prédios de uma arquitetura linda, mas todos decadentes, sem cor, muito sujos, em decomposição. Um calçamento irregular e, ocasionalmente, uma ou outra portinha por onde se deixam perceber a morada de algum habaneiro (morador de Havana), alguma coisa do governo (escola, secretaria, etc) ou alguma tienda (loja) onde os cubanos podem comprar com a moeda deles (moneda nacional), que é diferente da turística (pesos conversíveis ou CUC). As tiendas são assustadoras: não há quase nada nas prateleiras, nem em quantidade nem em variedade.
Apesar da miséria, pode-se andar tranqüilamente pelas ruas. O maior "perigo" é ouvir assobios ou "bonita". Aliás, isso acontece o tempo todo, com TODAS as mulheres. Mas se você não der bola ou fizer uma cara de que só entende uma língua de outro planeta, os cubanos desistirão de te assediar.

Estou num convento, o Santa Brígida*, que foi recomendação de um blog. A hospedagem foi como ganhar na loteria. Bem mais barata que os hotéis e mais certa que as casas particulares - casa de moradores do governo que tem autorização para alugar quartos (vários blogs falam que você só consegue reserva nelas por telefone e, não raro, quando chega, ninguém nunca ouviu falar de você e não há vagas), o convento fica no coração da parte turística. Engraçado foi que parei no convento errado. O Lonely Planet fala do convento Santa Clara e, quando tomei o táxi no aeroporto, nem pensei! Falei para tocar pra lá. O convento errado fica na parte não maquiada deHavana e, ao chegar, a atendente disse não haver reserva em meu nome. Pensei - até no convento? Pensei que isso era coisa das casas... A minha sorte é que o convento certo ficava perto. Apesar do aspecto das ruas, senti-me segura em ir a pé (como o Lonely Planet disse...). Aliás, estou com um hábito talvez não bom de acreditar em tudo que leio. Minha hospedagem é limpa, novinha, espaçosa, confortável, tem ar, TV, frigobar, tudo! Um verdadeiro luxo. Aproveitei para lavar as roupas no segundo dia... Uma hora isso ia ter que acontecer.

No primeiro dia, deixei-me perambular pelas ruas, deslumbrada com as cores ou com a falta delas, com tudo! No segundo, fiz um walking tour mais planejado pelos lugares que me interessavam mais. Claro que, mesmo já sabendo, fui cercada por um cubano que se dizia professor de música e que ficou querendo me falar sobre pontos turísticos do quarteirão que estávamos. Comecei a rir de mim mesma, internamente, e custei a me desvencilhar dele. É claro que ele pediu dinheiro, ao final. A situação de miséria aqui é impressionante e eu cedi, com o valor sugerido nos blogs/ guias da cidade. Entretanto, meu amigo cubano, esperto, pediu-me uma ajuda 10 vezes maior, "para comprar leite". Acontece quer o valor que ele pediu dá para um jantar com bebida incluída nos restaurantes mais caros aqui ou paga um tour de umas 4 horas a pé com guia oficial! Não são só os brasileiros, os espertos. Talvez seja pela sobrevivência... Não me aborreci (mas também não dei nenhum centavo além do que tinha dado inicialmente).

Andei demais e como continuo dormindo muito irregularmente, estou cansada e vim por volta das 15:00 para o convento. Acho que vou ficar por aqui... Ah, e aproveitei e fiz uma coisa que não é do meu hábito: vi TV. Engraçadíssimo! Há umas coisas do tipo: o preço dos salões de beleza está subindo, então há uma "notícia" no telejornal sobre isso: diz que faltam matérias primas como shampoo, que a culpa é do embargo americano ("um genocídio") e que os cabeleireiros não devem ser gananciosos. Falou-se de barbearias que atendem gratuitamente crianças e idosos e foi dito que isso deveria ser feito por todos, já que o corte de cabelo faz parte da saúde e da higiene. Tem passado muito uma notícia sobre a greve da Bahia. Não sei ao certo o que está acontecendo, mas mostram cenas de protesto, de militares armados e de lojas fechadas por medo de assalto e dizem que o Carnaval está ameaçado!

O que visitei, até agora: Malecon (um calçadão), diversas praças e igrejas, o Museo de Bellas Artes (ótimo para ter uma visão cronológica da situação local, já que é dividido por datas). Sempre fui ignorante em história e política e, pela primeira vez, queria ser diferente, saber mais... Acho que se eu fosse ensinar história a alguém, começaria através de guias turísticos ou coisas sobre viagens... Começaria de trás para frente: mostaria como é hoje para despertar a curiosidade pelo passado. Vi, ainda, o Capitólio, o restaurante Floridita, La Bodeguita del Médio, Hotel Dois Mundos (esses três, do universo de Ernest Heminghway) e almocei no Café Paris ouvindo música ao vivo. Pretendo ir amanhã ao Museu da Poesia, um pequeno vizinho meu. Não tomei - e acho que não vou (não gosto) - daiquiri e rum, pérolas da ilha do Comandante (como é carinhosamente chamado Fidel).
Alguns dizem que não há muito para ver em Havana. Eu acho que a cidade merece, pelo menos, uns 21 dias de visita! E o espanhol que eles falam... simplesmente no intiendo!

Acho que os queridos André Amparo, Solange, Tavinho e Felipe Simil iriam amar conhecer este lugar.

E é isso! Ah, e o esporte querido aqui é o baseball!!!

Beijos socialistas!

Kk

* reservas para o convento podem ser feitas por email, que parece que vai para a cede da ordem (acho que na Itália). O site e o email não são fáceis de achar na internet. Então, aí vai:
http://www.brigidine.org/81/121/Cuba.html

Engraçado é que se você escolher visualizar o site em inglês, o convento de Havana não vai aparecer. Então, visualize em espanhol mas pode mandar o email em inglês mesmo.

Legendas das fotos (o blogger muda a ordem!!!):
. Restaurante Imprensa
. Quem nunca esteve na nesta famosa rua? :-) Eu só não sabia que era cubana...
. Convento Santa Brígida
. Skyline de Havana
. Dispensa comentários

terça-feira, 7 de fevereiro de 2012

México: a segunda impressão

Cidade do México, 07 de fevereiro, 2012


Ainda bem que a primeira impressão só fica para aqueles que não tem a mente aberta ou não são capazes de reconsiderar o seu ponto de vista o que, definitivamente, não é o meu caso.

Quem leu o post anterior, sabe que não consegui dormir. Bom, assim que deu uma hora razoável no relógio, algo tipo umas 07:00 da manhã, levantei e fui dar uma volta no Hostel. Foi super chato porque tive a impressão de que o menor barulho dos meus movimentos estava incomodando as minhas colegas de quarto australianas. Nem troquei de roupa direito, para incomodar menos. Saí de chinelo mesmo e com a blusinha fina que eu estava. Para piorar a noite mal dormida, a internet do Hostel não estava funcionando (motivo pelo qual os posts estarem atrasados, além de eu ter ido a Cuba).

Aproveitei e encarei a praça Zócalo, deserta a essa hora, bem diferente da minha primeira visão, em hora festiva de fim-de-semana. Com a parte mais neurótica do cérebro meio congelada (estava uns 10oC e eu de chinelos e sem agasalho), pude apreciar o lindo lugar, as ruas adjacentes, um pedaço das ruínas do Templo Mayor e a Catedral, inclusive em seu interior. Realmente, a minha localização era privilegiada. Duas coisas tem me impressionado aqui: a religiosidade** dos mexicanos (apaixonados, inclusive, pelo Papa João Paulo II) e a crueldade da colonização, inclusive a ignorância dos colonizadores. Muitas igrejas foram construídas em cima de locais sagrados para os Aztecas que até utilizaram pedras das construções anteriores para isso. Pouco ou nada foi incorporado da grande ciência e tecnologia que havia antes da dominação espanhola.

Eu já estava um pouco mais confortável com a cidade mas, mesmo assim, resolvi deixar para andar de metrô e circular a grandes distâncias depois da visita a Cuba. Acabei me juntando a uma pequena excursão do Hostel para as pirâmides de Tenotihuacan. Não é a forma mais barata mas, não tenho dúvidas, foi a melhor. A turma era bem animada e formada pela guia e motorista mexicanos, eu, um alemão, 3 suecas, 5 argentinas, um casal de israelenses, uma mexicana e um canadense. A viagem de 50km impressiona porque mostra as reais proporções da Cidade do México. A periferia parece não ter fim e lembra muito os aglomerados brasileiros. As pirâmides são lindas e sensação de estar sentada ali, vendo aquilo tudo, o sol, a vida, é indescritível!

Ah! E os quebra-molas se chamam vibradores. :-P

Uma coisa que devemos ter em mente sempre que fazemos essas excursões são as pegadinhas de turistas. Em todo o lugar há! Já passei por isso na Índia, no Perú e, agora, aqui. Funciona assim: o guia, sempre muito simpático, diz que após ou no meio da excursão a gente vai ser levado a uma "fábrica" ou algum lugar onde ponderemos ver a legítima produção de alguma coisa do país. Claro, há a encenação da produção (de seda, de tintura de tecidos, etc.) com uma recepção muito cordial pelo proprietário ou um gerente do estabelecimento. Esses caras, invariavelmente, são poliglotas. Encontrei, até na Índia, loja com gente que fala português. Depois da "apresentação", servem um drink, alcoólico ou não. Nesta do México serviram licor, tequila e mezcal. Tudo "de graça"! A real intenção? Aí você é encaminhado para a grande loja que fica junto. Lá você vai encontrar a maioria das coisas regionais para comprar. Os guias da excursão costumam receber comissão sobre as vendas. Em locais mais perigosos ou de mais difícil comunicação, isso facilita muito a vida do turista que quer comprar. O problema é que os produtos são mais caros do que na rua ou nas lojinhas mesmo e são um pseudo-artesanato - grande parte é industrializada. Fique atento e lembre-se que o gentil proprietário que te recebeu falando português vai usar isso para te vender e compreende o que você fala sobre os preços e sobre os produtos!

Na volta do passeio, pusemos para tocar música de todos os países na van. Cada um escolhia uma música do seu smartphone e a gente punha no rádio. É óbvio que as meninas dos outros países queriam que eu pusesse Michel Teló e ficaram cantando "ai se eu te pego" em português. Também é óbvio que eu não tinha isso no meu celular mas, pelo visto, vou ter que providenciar.

À noite, saí para jantar no delicioso Café de Tacuba, um casarão antigo, animado, com comida deliciosa e boa música.

Foi um dia delicioso e penso que me gusta el México.

Ah, e estou aprendendo a me virar em espanhol...

** as fotos dos cadeadinhos são da Catedral da Praça Zócalo. As pessoas deixam isso na igreja com pedidos ou agradecimentos para San Ramon Nonato.

Pus, ainda, a foto da janela do meu quarto no Hostel do México, que fiquei devendo.

quarta-feira, 25 de janeiro de 2012

STARTING DE JOURNEY...

Queridíssimos,

Nos próximos 2 meses, me ausentarei (ausentar-me-ei, se preferir) do Brasil para uma "volta" por aí. Literalmente... Farei a Volta ao Mundo em 60 dias, também conhecida como Round Trip. Parto dia 02/02/2012 e tentarei manter todos atualizados por aqui.

A vida já é um desafio e, como gosto de um pouquinho só de adrenalina (para aumentar o charme de cabelos brancos do meu pai), inventei mais um tanto. Um deles foi essa loucura de volta ao mundo e de organizá-la com a quase nenhuma antecedência de 2 meses. Mas a vida tem urgência de ser vivida e, por isso e por outros motivos tão importantes como esse, vamos lá!

Aprendi, em milhares de blogs de apaixonados por viagem, muitas coisas durante esta preparação e pretendo compartilhar aqui algumas delas ... Postarei, ainda, no Facebook:

Dicas serão muito bem vindas!

O roteiro: Chile - México - Cuba - Estados Unidos - Thailândia - Índia - China - Mongólia - Nepal - Turquia e Marrocos.

A bagagem? Uma mochila de 30L (um pouco maior que essas de escola) E SÓ!!!!

A compania: no primeiro mês - me, myself, sem Irene e sem a Luíza, que está no Canadá e não passarei por lá*! :-P
A partir do segundo mês, a companheira de aventuras, principalmente asiáticas, Hélen Monteiro e a manezinha do coração, Cássia Elena. Nos últimos 15 dias, mais deliciosas companias: pediátricas, ginecológicas, artísticas ;)

Então... bora lá que o mundo é grande e a volta não é pequena!


* eu até ia fazer uma escalazinha por lá, mas o Canadá exige visto, mesmo para escala (visto de trânsito) e, além de não ser barato, demora VINTE DIAS para ficar pronto. Vinte para quem está se preparando em 60, é uma eternidade. Além do mais, seria uma escala, no mínimo, meio estranha. Afinal, eu sairia de Santiago, no Chile, com destino a Cidade do México, passando (obrigatoriamente, porque pelo bilhete de volta ao mundo só tinha essa opção) pelo Canadá!! Hein?? Pois é...