segunda-feira, 6 de fevereiro de 2012

Do Chile ao México, com paradinha no Brasil

postagem atrasada porque fiquei sen internet aqui.

São Paulo, 05 de Fevereiro, 2012
¡Holas!

Fim do Chile, fiz uma paradinha em SP antes de continuar a viagem.

Como já era esperado, com as compras de roupa de frio do Chile (2 calças e uma blusa de segunda pele* - que também servirão de calça e blusa sem nada por cima; um casaco de frio - que vai sempre na mão para não pesar a mochila - e uma calça dessas que as pernas saem/ vira bermuda) a mochila, que já estava com peso no limite, ficou mais pesada. Solução? Joguei fora um hidratante que não estava hidratando nada e despachei de volta para o Brasil, pelos correios, o pijama e a blusa de moletom vermelhinha com a qual fiz a primeira viagem (preço do correio: mais ou menos R$28,00). Foi nesta hora que tive certeza da cordialidade dos chilenos: para despachar a minha roupa, eu só tinha uma sacola de plástico e a atendente do correio disse que não podia ser assim, mesmo eu querendo enrolar fita por fora e dizendo que não ter problema se danificasse. Acabei arrumando uma caixa bem grande para o meu pequeno conteúdo numa farmácia das redondezas. A moça dos correios fez uma verdadeira cirurgia na caixa. Cortou, recortou e dobrou até que o tamanho ficasse melhor. Depois de prontinho e, como o preço era por preço, sem que eu pedisse, ela abriu e começou a recortar a caixa ao máximo, para ficar mais barato!

Não comprei nenhum badulaque e nenhuma lembrancinha. Mesmo assim, o peso... Na hora de embarcar, o moço da TAM quis pesar a mochila. Eu até tentei deixar o saco de dormir fora do campo de visão dele, mas não deu certo: pesou tudo e deu 11kg!!!!! Nada que muita simpatia da parte do funcionário e um sorriso meu seguido da carinha do gato do Shrek e um - por favoooor, moço! não resolvesse. Não precisei despachar a mochila.

Vôo cheio de turbulências e demoraram a servir o almoço. Deu fominha.

Uma coisa engraçada e às vezes desconfortável é que, viajando nesses vôos longos sozinha, todo mundo sempre pede para você trocar de lugar.

Foi estranho descer no Brasil para continuar a viagem e pernoitei em Guarulhos. Acabei recusando o convite muito carinhoso do Fred e da Vivi para passar a noite com eles em SP. O deslocamento seria grande, eu tinha que continuar estudando meu roteiro/ preparando coisas da viagem e, no dia seguinte, deveria estar às 07:00 no aeroporto outra vez. Lembrando que cheguei às 18:00. Aproveitei ainda para dar umas telefonadinhas.

O hotel de Guarulhos (Ibis) já está concorrendo à categoria de hospedagem mais cara e com pior comida da minha viagem. Acho que, se houver segundo lugar, não vai chegar nem perto na pontuação.

Hoje de manhã, aeroporto lotado. Aliás, tem me parecido, nos últimos anos, que essas duas palavras só andam juntas. Há sempre filas quilométricas e pessoas mal acomodadas, até dormindo no chão, ocasionalmente. A mochila passou sem ter de pesar na hora de fazer o chek-in! :) Oba!

Algumas coisas, cada vez mais, me causam um certo estranhamento. Uma delas é o desespero do Free Shop. As pessoas se comportam como se estivessem distribuindo comida em época de racionamento. Eu também compro em free shop, não serei hipócrita. Mas viajando assim, sem essa perspectiva, ocorreu-me um distanciamento para ver a situação de outro ângulo. A visão não é bonita. Espero que minha relação com o dinheiro se modifique de maneira permanente. Não sou aficcionada por moda ou tendências, mas meu consumo está muito longe de ser racional. Aliás, outro dia vi na TV Cultura uma propaganda forte sobre isso: um casal impecavelmente vestido, andando com um carrinho de compras e sacolas de grife. Usavam máscaras anti-gases e estavam passeando num lixão.

* para quem não sabe, segunda pele ou second layer é a camada de roupa usada mais embaixo para locais frios. Um dos segredos de vestir no frio é esse: várias camadas, feito cebola mesmo. A segunda pele é leve, pode esquentar bem ou apenas manter a temperatura corporal, dependendo do estilo que você compra e deve te manter seco. Isto é, jogar o suor para fora. Parece muito com roupa de ginástica: aquelas calças e blusas de lycra justinhas e não são tão finas assim. Não são nada transparentes (as as que eu já vi, pelo menos). Por isso, dá para usar sem nada por cima em climas mais amenos. As minhas são pretas. Com as calças são um pouco mais largas, vou matar as saudades das minhas saruel porque ficou um pouco parecido no visual e igual no conforto.

Besos!

Kk

Ps: Helenzita, Cassinha, Dé, Lidi e Marininha, espero que essa experiência juntos, na segunda metade da viagem, seja tão saborosa ou mais que agora! Espero vê-los pessoalmente em breve.

Um comentário: